tag:blogger.com,1999:blog-30126665147370609442024-02-18T21:51:22.354-08:00León Félix BatistaLeón Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.comBlogger90125tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-82686414505994337482021-08-04T20:30:00.001-07:002021-08-04T20:30:37.212-07:00METÓDICA DESORDEM<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEQucvO8KkXYSSliJZZPsM1lHMfs_KNSy_-ndW6Kg9jr2qCLkrZNJgTPgwiA_dyopeKil2Cv7TtBTBHyhDjqAMlXHXsNFtXm0cGBHprkX45irY7Ku4rLI66InvS6KP9Q_tEnAUxGbtX-Y/s935/po.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="935" data-original-width="573" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEQucvO8KkXYSSliJZZPsM1lHMfs_KNSy_-ndW6Kg9jr2qCLkrZNJgTPgwiA_dyopeKil2Cv7TtBTBHyhDjqAMlXHXsNFtXm0cGBHprkX45irY7Ku4rLI66InvS6KP9Q_tEnAUxGbtX-Y/s320/po.jpg"/></a></div>André Dick
[Especial para Weblivros]
Lançado pela editora Olavobrás, o livro Prosa do que está na esfera traz ao leitor brasileiro a primeira mostra de poemas de León Félix Batista, nascido em 1964 na República Dominicana. A tradução para o português, fiel ao experimentalismo do original, é de Claudio Daniel e Fabiano Calixto. Se Claudio já havia traduzido Eduardo Milán e José Kozer, entre outros, trata-se da primeira incursão de Fabiano como tradutor, por meio de um poeta não apenas desconhecido como também instigante. Isso porque León rompe a linearidade que estamos acostumados a ver, ao seguir na contramão de uma lírica coloquial, focada no cotidiano, optando pela analogia e desfazendo limites entre a prosa e a poesia.
A obra em questão se caracteriza por trazer uma cadeia de pensamentos a princípio desconexos, ou seja, sem aparente unidade, que carregam uma inflexão lingüística diferente tanto do vocabulário quanto da percepção poética comuns. Leitura difícil, à primeira vista áspera, Claudio, sem procurar rótulos, percebe nela “insólitas associações de palavras”. Contudo, mesmo ao lidar com a analogia (a “religião” da poesia moderna, para o insuspeito Octavio Paz), a sua linguagem, construída de forma complexa, não encobre a materialidade das palavras. São insólitas as associações, caracterizadas pelo emprego inusitado de metáforas; de resto, estamos diante de um autor que prima pela forma e atrai para seu entendimento o leitor. Cabe a este controlar a dispersão dos panoramas trazidos por cada poema, à medida que transforma a multiplicidade num caminho a ser incorporado na unidade. Com essa característica, Prosa do que está na esfera não trabalha com idéias em que predomina o excesso sem rigor.
Quando Claudio observa que León extrai seus objetos do cotidiano imediato e os remodela como “seres de linguagem”, ele já está apostando na idéia de que, na posição autônoma, esses seres (objetos ou as palavras que os representam), livres para adotar o caminho da analogia, delineiam uma “violência verbal”, e esta, com sua ruptura consciente, elimina o exagero. Recolhendo vestígios de memória, detritos do mundo, o melhor do trabalho de León - e isto não é um elogio ligeiro - parece ser filtrado por palavras que, distintas entre si, aprofundam ainda mais sua estranheza com a releitura, através dessa ruptura.
CICATRIZES TEXTUAIS - Quem tiver o pocket book de León à mão pode imaginar que, por ser escrito em forma de prosa, deixa de ser um livro de poesia. Equívoco aceitável, já que não estamos acostumados com terrenos híbridos. O texto de León, bastante imagético, ao observar o tom e o peso de cada vocábulo, controla, sob um olhar crítico, o que poderiam ser alucinações processadas por uma escrita automática. É como se ele construísse uma “metódica desordem”, e quisesse organizar uma “desordenada sucessão de circunstâncias”. Nesse terreno híbrido, as analogias elaboradas, não raro violentas, responsáveis pela referida “violência verbal”, procuram a cisão e acabam compondo o painel de um desastre que busca recolher seu cacos, painel por finalidade desautomatizado.
Resulta disso, também nessa corrente de reflexão, a preferência desse autor do novo barroco por imagens negativas. Seu interesse principal é selecionar os resíduos expelidos pela realidade autodestrutiva: “que farei para dilatar irredimíveis vias mortas”; “se desgastam meus músculos de comando” (em “Sissy’s velvet toolbox”); “O rio das pernas (acidente coagulado) ao correr produz náuseas”; “a decomposição se espessa e carboniza” (em “O banho das núpcias”); “A cada salto sucessivo, em toda fuga da margem, rigores ambiciosos que fecundam em minhas chagas” (em “Prosa do que está na esfera”); “E nem o olho nem a lente calarão sua massa em crise, confinando-a a sua insólita imobilidade” (em “Bianca Jagger depilando-se ante a Warhol”, título, ressalte-se, bastante insólito). Perceba-se que o corpo, para León, é uma prisão em que a dor permanece conscientemente. Na entrevista ao final do livro, essa idéia se esclarece através do depoimento do autor, ao comentar seus problemas de saúde, sobretudo na infância: “Nasci e cresci enfermo”. Não queiramos solucionar, é claro, a poética do presente autor através de problemas pessoais, mas, como vemos, a doença física acompanha sua própria postura de desaparecimento e não poderia deixar de existir em sua escritura.
Em outro poema que nos serve de bom exemplo, “Clandestinos em Strawberry Fields, León observa que seu corpo é um cadáver (como Paul Celan, aliás, definia a palavra): “Se haveremos de crer em minha sinopse (e o eclipse de artifício assim o indica) dois corpos se destacam no ermo: pretérito que o texto desenvolve em porvir. O meu é como um lastro que me subtrai de erguer-me, já cadáver e em vulgar obsolescência”.
Ainda recém-nascido, trazendo suas cicatrizes textuais, Prosa do que está na esfera certamente é apenas a primeira incursão desse jovem poeta dominicano no Brasil. Integra-se a novas leituras ou discussões adequadas ao interesse de sua obra, em relação ao novo barroco, por instigar uma reflexão sobre a linguagem. Resta, desta vez, saber se dessa reflexão conseguiremos separar a desordem sem método, tão comum na poesia insuficiente, indisposta com qualquer traço experimental, da metódica desordem, seja em decomposição, seja com náuseas e chagas por vezes incômodas.
André Dick é poeta e ensaísta, autor do livro Grafias (2002). León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-72133135887233955552021-06-18T19:00:00.001-07:002021-06-18T19:00:47.530-07:00VICIO CRÓNICO<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFGNI15n-G24h3kga_IezQsKuQpn2LXiZINrlN7c8nUqFlwMKLjGcj3kgVvwcQXZdZKBKjy-3Qqd6CcjZES6jnCETimbYrwoWzXI8mo74pb31ZM12PFcpIxQRe-gcLPSp1FV6CkbtH7M4/s1160/cronico.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="1160" data-original-width="774" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFGNI15n-G24h3kga_IezQsKuQpn2LXiZINrlN7c8nUqFlwMKLjGcj3kgVvwcQXZdZKBKjy-3Qqd6CcjZES6jnCETimbYrwoWzXI8mo74pb31ZM12PFcpIxQRe-gcLPSp1FV6CkbtH7M4/s320/cronico.jpg"/></a></div>(Reseña publicada, con una selección de 6 poemas, en la revista LA DANZA DEL RATON #17, Buenos Aires, Argentina, junio 2000)
Estos poemas de León Félix Batista (República Dominicana, 1964; residente en Nueva York), pertenecen a Crónico, libro que ya ha pasado por diversos avatares. Anteriormente fue publicado como Vicio en su país de origen, ahora reaparece en versión divergente en la Argentina, publicado este año por Tsé=Tsé. Recorrido erótico, no es mera sublimación, sino que activa una intragenitalidad de los vocablos ˗adonde se impone de continuo la urgencia de “hacerlos sonar”, de pronunciarlos en voz alta˗, nos lleva a la revisión (la reinvención) de la dada-por-obvia noción de neobarroco.
Batista trasciende la binaria ceguera (a favor/en contra) establecida respecto al neobarroco, sólo asequible desde cierta apuesta a la intensidad en la destilación de los materiales artísticos, y, como algunos otros poetas latinoamericanos actuales, no desecha ni calca los logros de esa tendencia estética. Precisamente arrancándola de ese refugio en la eficiencia de un estilo para, con devoción de escritura, integrarla con otras fuentes de experiencia en nuevas posibilidades combinatorias. Así, su poesía no queda atrapada por los recursos de una escuela, o por la prédica-etiqueta de alguna teoría: ello fundamenta el carácter erótico ˗en sentido amoroso, también˗ de esta inmersión en los pasajes del deseo.
Reynaldo Jiménez
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOFWQtI328wEfwvJbPBesRG-NAC8IoRFaxvtXr4d2neX-7KEqj7nUGo8QHjIPDdaS5xF7nxTZZEGFx9pPtsFvtDoBDgOJ0j2Cqzknzyp976YXzMDJJ_ZHW71dsqY6KTzIFD16EuKNKuZI/s597/vic.png" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="597" data-original-width="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOFWQtI328wEfwvJbPBesRG-NAC8IoRFaxvtXr4d2neX-7KEqj7nUGo8QHjIPDdaS5xF7nxTZZEGFx9pPtsFvtDoBDgOJ0j2Cqzknzyp976YXzMDJJ_ZHW71dsqY6KTzIFD16EuKNKuZI/s320/vic.png"/></a></div>
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-10489768400973142012021-04-29T17:48:00.002-07:002021-04-29T17:48:36.079-07:00LIBROS PUBLICADOS EN EL DECENIO 2010-2020<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwprF9XZZi9Ran6wWKZP73sRZ4gWF39h5RldbzzzYStcvoH6Q8h4n1_xyv6ImLe7hZgvU0txtN5874Fs1hElMDiv8UnthfkLIJ2wI6Fxji-RaAhrtLi6WCVWG5w87PMwfzGutefJfAuQ/s1121/deca.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="641" data-original-width="1121" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwprF9XZZi9Ran6wWKZP73sRZ4gWF39h5RldbzzzYStcvoH6Q8h4n1_xyv6ImLe7hZgvU0txtN5874Fs1hElMDiv8UnthfkLIJ2wI6Fxji-RaAhrtLi6WCVWG5w87PMwfzGutefJfAuQ/s320/deca.jpg"/></a></div>
1. Delirium semen (Aldus, México, 2010)
2. Caducidad (Amargord, Madrid, 2011)
3. Sin textos no hay paradiso (Gamar Editores, Colombia, 2012)
4. Joda poética completa (antología personal, 2013)
5. Mosaico Fluido (Lumme Editores, Sao Paulo, traducción de Adriana Zapparoli, 2014)
6. Música ósea (Cascahuesos, Arequipa, Perú, 2014)
7. Un minuto de retraso mental (2014, Premio Nacional de Poesía “Emilio Prud'Homme, 2013)
8. El hedor de lo real en la nariz imaginaria (Ruido Blanco, Quito, 2014)
9. Duro de leer (Viento y Borra, Santo Domingo, 2015)
10. Próximo pasado (Editorial Praxis, México, 2018)
11. Prosa de fabricación casera (Casa Vacía, Virginia, Estados Unidos, 2018)
12. Delirium (Literal, México, 2020)
13. Globos de ensayo y error (Amargord, Madrid, 2020) León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-79644348275660334152021-04-29T16:23:00.001-07:002021-04-29T16:23:49.819-07:00Premio Nacional a León Félix Batista<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM0_Exdt2F8T3z1JTe-iWxIz4ZXpiXrM41p7Geb4ThK-UjTGoq6debuzZvg3ZqP8d3RHMV0EksgszRpROjkbQcjy5j3cfSnZrLFncBYu6JuQHL9tO9rVLEQh1gQL_unJeAs7BTwFv3qeI/s622/mi+premio.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="296" data-original-width="622" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM0_Exdt2F8T3z1JTe-iWxIz4ZXpiXrM41p7Geb4ThK-UjTGoq6debuzZvg3ZqP8d3RHMV0EksgszRpROjkbQcjy5j3cfSnZrLFncBYu6JuQHL9tO9rVLEQh1gQL_unJeAs7BTwFv3qeI/s320/mi+premio.jpg"/></a></div>El jurado del Premio Nacional "Salomé Ureña de Henríquez", convocado con frecuencia anual por el Ministerio de Cultura de la República Dominicana, decidió otorgar por unanimidad el galardón correspondiente a 2021 al libro inédito "Poema con fines de humo", de León Félix Batista.
Con una dotación de RD$ 250,000 pesos dominicanos (alrededor de US$ 4,500 dólares), el poemario será publicado por la Editora Nacional, institución que el mismo Batista dirigiera desde el año 2004 hasta el 2016.
Del jurado, compuesto por Plinio Chahín, Martha Rivera-Garrido y Pedro Ovalles, este último escribió que el libro:
"Está escrito con un lenguaje inusual y un ritmo innovador, a la vez que presenta una sintaxis también que sorprende por su asombrosa experimentación en la lengua. Un poemario con una unidad avasallante. Abrirá nuevos surcos para las actuales y futuras generaciones.
Cuando uno termina de leerlo, queda la sensación de volverlo a leer. Se guarda el texto, pero queda firme su fuego intuitivo en el pensamiento y la subjetividad; persiste el ardor reflexivo hasta que no le queda al lector otra alternativa que tomar de nuevo el poemario y seguir la succión poética."León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-77615939830474809982021-04-25T18:36:00.001-07:002021-04-25T18:36:24.118-07:00Reseña a "Globos de ensayo y error"Tinta dominicana
MARIO MARTÍN GIJÓN
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkCkHyY-ncK3XAuUoZTlX5Jawwv_8Lx81REJvl38nVn5VkFxB6I3hrNNxxYswY8bKc0jQq6hGkMV8buVsDospVYkNhxU2kIR-ja8tLEt6eyurIkXl9usKx57_Tk3L05AuTq9rYOqoZ-8o/s556/globos.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="556" data-original-width="376" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkCkHyY-ncK3XAuUoZTlX5Jawwv_8Lx81REJvl38nVn5VkFxB6I3hrNNxxYswY8bKc0jQq6hGkMV8buVsDospVYkNhxU2kIR-ja8tLEt6eyurIkXl9usKx57_Tk3L05AuTq9rYOqoZ-8o/s320/globos.jpg"/></a></div>Para la mayoría de españoles la República Dominicana evoca una isla de playas paradisíacas donde la gente pudiente se va de vacaciones. Pero ese país, cuya capital fue fundada por Bartolomé Colón (el hermano del descubridor) siendo la primera ciudad española del Nuevo Mundo y que ha tenido una historia convulsa, es hoy día también un país de una literatura pujante, especialmente en la poesía.
A pesar de las redes, aún nos llega con cuentagotas y con retraso la literatura del otro lado del charco, y hay que reconocer por ello el mérito de editoriales con Amargord, gracias a la cual leí hace tiempo el poemario Caducidad, de León Félix Batista (Santo Domingo, 1964), largo y desbordante poema dividido en cuatro secuencias, verdadera corriente de conciencia de un “nómada mental” que, afirma, “desde la tinta intento” captar cómo “los días son mensajes, fragmentos que no piensan”, fijar en las palabras el imparable caleidoscopio de los días, consciente de que “otros ángulos proveen otras versiones” y de que para entendernos siempre “tejemos el tejido sutil de una ficción”, nos contamos una historia que deja al margen la mayoría de las sensaciones que recrea este poema torrencial que es celebratorio e impuro, digno sucesor en el siglo XXI de la poesía que reclamara Pablo Neruda en su manifiesto por una poesía sin pureza, en una libertad lingüística suelta de corsés de tópicos, metros y discipulados que resulta más frecuente al otro lado del Atlántico que en nuestras fronteras.
Ahora publica Amargord, en su “Colección Caribes”, los Globos de ensayo y error, gracias a los cuales conocemos la vertiente de ensayista de este poeta dominicano, crucial en la gestión cultural de su país, habiendo dirigido su Editora Nacional y el Festival Internacional de Poesía de Santo Domingo. Articulado en tres partes, “Globos de ensayo” recoge prólogos o textos de presentaciones que ofrecen en conjunto una buena panorámica sobre la poesía caribeña, desde cubanos como José Kozer o Aleisa Ribalta a dominicanos como Pedro Mir, considerado el “Poeta Nacional”, José Mármol, Plinio Chahín, Rita Indiana o Néstor Rodríguez, entre muchos otros, y analiza cómo “irrumpen en la poesía nativa la creciente urbanidad de Santo Domingo, la demografía vertical, el insomnio de jornada laboral, los placebos de las adicciones y los personajes míticos locales”. No en vano ese país ha ido “migrando desde la agricultura hasta el all included beach resort y las divisas de remesas”, con sus ventajas e inconvenientes.
La segunda parte, “Pruebas de ensayo”, recoge artículos más amplios, del que destaca “Para ir al Paraná: un viaje al translingüismo a través de la poesía”, donde destaca cómo en la región fronteriza del Paraná, compartida por Brasil y Paraguay, ha surgido una escritura influida por la alternancia entre el guaraní, de un lado, y el portugués o el castellano, de otro, y de la que serían ejemplos Catatau, de Paulo Leminski (publicado en España por Libros de la Resistencia) o Mar paraguayo, de Wilson Bueno. Batista lamenta que, frente a esa porosidad lingüística, en su isla se haya dado una cerrazón total entre Haití, donde se habla, junto al francés, el criollo haitiano, síntesis del francés con una pléyade de lenguas africanas, y República Dominicana, hispanohablante. Esa cerrazón “hace patente la relación indisoluble entre Lenguaje y Poder, esa que solo el poema puede hacer estallar en mil libérrimos sentidos”.
La tercera y última parte, “Ensayo y error” es la más variopinta, y destacaría el ensayo que trata de la evolución “del neobarroco al postbarroco” en la poesía iberoamericana, desde el postbarroco postulado por el peruano Maurizio Medo, al movimiento de los “Neoberracos” fundado en Nueva York por poetas cubanos y colombianos.
(Publicado en El Periódico, Extremadura, España, 24 de abril de 2021)
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-10295144254366643832021-04-25T17:54:00.003-07:002021-04-25T17:54:56.608-07:00La poesía es la más alta realidad<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOkNdAf-hwDD_waz9ZsDfNtzBQdeUwfFD06kEKL6armIkLjoOrZT9QTIBaX1Cs4t69w8Nhc2iEuP0njVPzK0vnOB-qSQHdj6_yO_tZtiR0rk9DL4I_-pe14LGD9Apl83xcGYsrLpuTBlM/s500/Luis+Alfredo+Torres%252C+intervenci%25C3%25B3n+gr%25C3%25A1fica+por+Am%25C3%25ADn+Toribio.png" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="500" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOkNdAf-hwDD_waz9ZsDfNtzBQdeUwfFD06kEKL6armIkLjoOrZT9QTIBaX1Cs4t69w8Nhc2iEuP0njVPzK0vnOB-qSQHdj6_yO_tZtiR0rk9DL4I_-pe14LGD9Apl83xcGYsrLpuTBlM/s320/Luis+Alfredo+Torres%252C+intervenci%25C3%25B3n+gr%25C3%25A1fica+por+Am%25C3%25ADn+Toribio.png"/></a></div>La poesía acaso sea la manifestación humana con más definiciones. Mil y una, interminables. García Lorca, por ejemplo: Poesía es la unión de dos palabras que uno nunca supuso que pudieran juntarse, y que forman algo así como un misterio. La poesía es un caracol nocturno en un rectángulo de agua, según Lezama Lima; un intento de aproximación a lo absoluto por medio de los símbolos, de acuerdo con Juan Ramón o, simplemente, Poesía eres tú, y ya, concluye Bécquer –con antinomia feminista: Poesía no eres tú, Rosario Castellanos. Otras veces no se trata de precisar su ser: yo sé que la poesía es indispensable, aunque no sé para qué, se decía Jean Cocteau. ¿La poesía es pura? La poesía es para, sentenció Haroldo de Campos. No uses el teléfono, la gente nunca está lista para responder: usa la poesía, recomendó Jack Kerouac. La poesía es la poesía es la poesía, hubiera rematado Gertrude Stein.
Hay incluso calificaciones provenientes de otros ámbitos que podrían ajustársele: si la música es el arte de combinar sonidos y silencios en el tiempo, “la poesía es la palabra esencial en el tiempo”, dijo Antonio Machado. Y, habiendo –como Heráclito– escuchado al Logos, yo he abonado el maremágnum con mi cosecha de aportes, aunque en la videosfera efímera del cibermundo, como para reducirle lastre (y porque “nuestro ojo ignora cada vez más la carne del mundo” y “lee grafismos en vez de ver cosas”) : Poesía es soltar el manubrio de la bicicleta cuando la niña más linda del barrio está mirando; la poesía es la gallina de los huevos de plomo; poesía es Elizabeth Taylor con un vestido negro preguntando si va a dolerle mucho esa lobotomía; la poesía es un laxante para el estreñimiento del léxico en la prosa…
“Nunca entenderé por qué tantos escritores se preocupan por definir lo que debe ser la poesía, y pretenden dar una interpretación única”, expresó Valerio Magrelli en una entrevista reciente. Y yo tampoco lo entiendo, pero voy a atreverme a generar, como homenaje, una nueva: La poesía es la más alta realidad. Y abundaré: la más alta realidad porque aquélla expresa a ésta: la revela, le da significado al superar las físicas fronteras de la materialidad. Y no es que sea tan solo otra realidad, acaso complementaria, sino precisamente la de mayor magnitud y trascendencia: esa que parece poder combar el tiempo para sumar espacio a nuestras vidas, aherrojadas con los grilletes de lo cotidiano – útil, llano, productivo–; de lo que a la larga es sólo rampa de deslizamiento hacia la muerte anónima y sin trascendencia.
Alta Realidad (1970) tituló, lúcidamente, Luis Alfredo Torres (1935-1992) un libro suyo. Luis Alfredo, poeta-paria, borroneando poemas entre bellos y estridentes alojado en pensiones sórdidas, en tugurios de mala muerte, y ante platos de comida módica de fonda, apoyado en el bastón de sus últimos años por las calles de Santo Domingo. Luis Alfredo, quien si alguna torre tuvo en sus días irreverentes habrán sido los opúsculos grapados que imprimió, buscando el bello rostro del amor que iba y venía. Luichy, tan alejado del sur que lo viera nacer, como de las hiper ciudades de New York y California donde creció, se educó y formó, para ser el poeta que importó consigo el extrañamiento de la Diáspora que conocemos bien los que nos hemos ido. Luis Alfredo, decididamente gay, cantando a Proserpina en la ciudad cerrada de intramuros y el oscuro litoral del río Ozama, desdibujado por sus grandes gafas de sol útiles hasta de noche. Luis Alfredo Torres, ese enfermo lejano, que cantó y cantó hasta que murió sentado, como lírica cigarra, en un banco de hospital en Ciudad Nueva, en pos de la poesía…
pero ¿qué es la poesía? [se preguntaba Wislawa Szymborska ]
Más de una insegura respuesta
se ha dado a esta pregunta.
Y yo no sé, y sigo sin saber, y a esto me aferro
como a un oportuno pasamanos.
Lo que nunca debemos dejar de hacer, es persistir en consumirla, adaptarla al discurrir del día a día, en procura de dotar a la vida de sentido, a través de ese no-se-qué de la poesía, sea lo que sea que la poesía es. Como un intento de remoción de escombros de los derrumbamientos de la cotidianidad, y en el afán de recordar que el hombre y la mujer son más que cuerpos que pasan por pasar. Porque sucede que, como la Naturaleza, como la realidad espiritual y material, el fenómeno poético nos resulta en principio inaprensible, pero al mismo tiempo vivo, patente, cercano, presente, ubicuo y permanente.
Lo cierto es que la poesía aparece cada vez que queremos expresarnos, cada vez que formulamos pensamientos, en cada símbolo de nuestro imaginario y nuestros sueños. La poesía está presente en todas partes, nos demos cuenta o no, como reflejo de la música que mueve las esferas en la música ósea que activa nuestros cuerpos. Incluso en el silencio la poesía dice cosas. “De lo que no se puede hablar, hay que callar” reza la última sentencia del Tractatus de Wittgenstein . De la poesía –que por lo visto tampoco se podría– hay que seguir hablando, hasta pulverizar la lengua, como propuso Merlau-Ponty, en un acto radical de mezcla de los tiempos para fijar un lenguaje en devenir. Muchas veces –dice él– “para que llegue a decirse algo es necesario que nunca llegue a decirse absolutamente”, porque “sólo la lógica ciega e involuntaria de las cosas percibidas, suspendida por completo de la actividad de nuestro cuerpo, puede hacernos entrever el espíritu anónimo que inventa, en el seno del idioma, un nuevo modo de expresión” . Eso es poesía también: decir sin haber dicho, diciendo mucho más.
Ocurre que, además, la poesía consigue replicar todas las formas: cuando ocluyen las fronteras, cuando se inventan muros para segregar naciones, toma un aspecto esférico de bola de acero de demolición y los derrumba; cuando se impone el hambre a causa de las burdas ambiciones de unos cuantos, la poesía se transforma en hoz y siega trigo para todos; cuando fuerzas oscuras reprimen las ideas libertarias, la poesía se olvida de ser poesía y se convierte en prosa de fabricación casera, hace estallar incendios con botellas con mensajes y una mecha arrojadiza; o se convierte de repente en tabla de salvación del náufrago-de-su-desasosiego en la desolación mortífera de escualos del mar Caribe o en las embarcaciones africanas zozobrando en el Mediterráneo. Cuando buscamos cobijo, cuando buscamos calor, la poesía toma forma de regazo, de mano que mesa el pelo e invita a dormir tranquilo, porque mañana todo cambiará de rumbo. Para entender, para creer, para ser y para estar (que no es lo mismo, aunque lo quieran así en inglés), la poesía nos provee del equilibrio necesario.
Así que, siendo tanto la poesía, al mismo tiempo no sabemos lo que es. Y estando en todas partes, no sabemos dónde se encuentra exactamente ni qué estructura tiene. ¿En los libros? Claro está. Y en las voces, las canciones, en la lengua y en tu casa. La poesía, un ser-en-sí, sin mayor explicación, como se definiría con el alto pensamiento de la filosofía, su prójimo y siamés desde el principio. La más alta realidad, entonces. Esa que quiso vencer a versos Luis Alfredo Torres. Aunque perdió: tan frágil, Luis Alfredo, que hubo que buscarlo bajo la delgadez de su camisa con su propia linterna sorda. Pero tan grande Luis Alfredo que la cruda realidad, la dura realidad, pudo hacerla más alta, pudo habitar en ella, por medio de la alquimia del poema.
NOTAS
De acuerdo con Régis Debray, la Historia registra tres épocas o eras en los modos de percepción de la realidad, “apropiaciones de la mirada”: Logosfera, Gragosfera y Videosfera, que sería en la que estamos sumergidos actualmente: el dominio de la imagen, sin soporte en la realidad real y propiciando la realidad virtual. (En Vida y muerte de la imagen: Historia de la mirada en Occidente, traducción de Ramón Hervás, Paidós, Barcelona,1994)
Op. Cit., pág. 254, libro III, El Postespectáculo, La paradoja de la videosfera, El arcaísmo postmoderno.
A partir de aquí inicio un rejuego con títulos de libros de Torres.
En su libro El gran número. Fin y principio y otros poemas. (Edición al cuidado de Maria Filipowicz-Rudek y Juan Carlos Vidal. Estudio introductorio de Małgorzata Baranowska), Traducción de Xaverio Ballester, Gerardo Beltrán, Elżbieta Bortkiewicz, David Carrión Sánchez, Carlos Marrodán Casas, Katarzyna Mołoniewicz y Abel A. Murcia Soriano (Ediciones Hiperión, Madrid 1997).
Tractatus logico-philosophicus, de Ludwig Wittgenstein; Alianza Universidad, Madrid, 1980, traducción de Enrique Tierno Galván.
En La prosa del mundo, Taurus, Madrid, 1971, Pag. 68, versión española de Francisco Pérez Gutiérrez.
IMAGEN: Luis Alfredo Torres, intervención gráfica por Amín Toribio.
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-33393155332181753212021-04-25T17:47:00.003-07:002021-04-25T17:47:25.387-07:00El laboratorio de civilización de Marcio Veloz Maggiolo<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUMedXXGqJuScJRK0g7CD2mDC3Iw-HP7YfsQ4OtueRbg8GeqArGji7qxYcOLT4JZI0fJCYtIPXh8kWOAPPnx21IdSbcCNxj37dIJD-NHVLjPzOO1yVz70OGpbl2u7w3qrJfMIXLRKY6ug/s653/Marcio+Veloz+Maggiolo%252C+Ruth+Herrera+y+Le%25C3%25B3n+F%25C3%25A9lix+Batista+2007.jpeg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="460" data-original-width="653" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUMedXXGqJuScJRK0g7CD2mDC3Iw-HP7YfsQ4OtueRbg8GeqArGji7qxYcOLT4JZI0fJCYtIPXh8kWOAPPnx21IdSbcCNxj37dIJD-NHVLjPzOO1yVz70OGpbl2u7w3qrJfMIXLRKY6ug/s320/Marcio+Veloz+Maggiolo%252C+Ruth+Herrera+y+Le%25C3%25B3n+F%25C3%25A9lix+Batista+2007.jpeg"/></a></div>La novela de Marcio Veloz Maggiolo Materia Prima bien podría ser la historia de personajes variopintos, recorridos diferentes o hábitat de zánganos y obreras que dan vida a un colmenar. Como también sería un centón de notas sueltas, cartas y otros materiales, acumulados durante el período de aridez de un escritor, para escribir posteriormente una novela que es aquella suma misma. Puede ser, además, la biografía mutante e histórico-geográfica de un barrio en cierta época y asimismo un intervalo entre pergaminos para dejar sentadas teorías arqueológicas, críticas sociales, premisas estéticas. Quizás es, simplemente, como han visto ya otros, “el relato de una novela que se escribió a sí misma” y cuyo círculo el lector debe (si es que puede) cerrar. O tal vez una novela sobre cómo escribir una novela en los tiempos posteriores a la Era del recelo y en esta insoportable angustia de las influencias . ¿O no sería pura y simplemente, sin más espacio para especulación, el transcurrir de Persio y Laura, de Manolo pese a Emilia, de Ariel ante Patricia, de Isolina o Juan Caliente?
Hallamos todo eso y varias cosas más, como se dice dentro, en un “rompecabezas de páginas escritas, supuestas cartas (…), entrevistas (…) imaginarias. Todo materia prima. Un contingente de datos [para ordenarse] conformando una novela, quizás una protonovela en la que cada quien pudiera asumir y alzarse con el argumento que más le placiera” . De modo que escribir sobre Materia Prima, una metanovela dentro de la que se trata de escribir una novela, una curiosa puesta en crisis ficcional de la historia lineal, acerca al que ahora escribe, me va a acercar a mí, me puede sumergir en las aguas turbulentas de lo que Steiner llama, con magia más elástica que T. S. Eliot , el más bizantino de los géneros: la crítica de la crítica.
Pero no: ante el notable contorno de codificación prosódica, la operación masiva de intertextualidad, y el intenso correlato creativo, nos va quedando implícita una poética narratológica que nos descarga del rigor de las doctrinas y de la organicidad disciplinal, para encontrar asilo en el precario equilibrio de lo imaginario.
Ese desplazamiento del compuesto novelado desde la secuencia histórica hacia el estado de ruptura por la posibilidad, permite que, tras una curvatura en la línea de los tiempos, regresemos al origen unitario de los llamados géneros literarios, hasta el magma de los modos de escribir. Visto esto, va a servirme una aguda referencia al poeta angloparlante Charles Olson, creador del verso proyectivo. Se diría que también el procedimiento ficcional de Veloz Maggiolo en esta historia «...implica dos modos posibles del “descubrir” histórico, formulando una oposición didáctica entre Heródoto y Tucídides, los clásicos de la historiografía griega: si Tucídides, por ejemplo, describe la batalla que presenció, Heródoto registra qué reconstrucción de la batalla la gente hizo suya, y esto para él importa más que haber estado presente. Heródoto sería el que busca la evidencia en los mensajes de los demás, en las historias de los pueblos; Tucídides el que quiere dar cuenta de la verdad confiando sólo en su propia persona, el testigo. El último sería un cronista, el primero un investigador (…). Por lo demás, Heródoto no se interesa tanto por definir “la verdad” histórica como por contar sus evidencias, sus distintas versiones, incluyendo las versiones comprobadamente erróneas; mientras hayan sido conservadas y transmitidas por las generaciones a él le parecen tan importantes como las primeras. El error también es valioso: si un pueblo se abraza a él y lo usa para construir su historia, termina siendo un dato más importante que la supuesta versión verdadera; al menos permite comprender al pueblo históricamente. Heródoto pone a la verdad como una mera interpretación o resultado posible, y a la interpretación o camino como lo único a lo que se tiene acceso. Cae así la idea de una verdad histórica objetiva, independientemente de quienes la formulan o la reciben. Tambalea incluso la idea de verdad, su valor supremo (…) Llevadas estas alternativas al plano literario, desembocan en un contrapunto entre dos tendencias, una literatura tucidideana, testimonial, interesada sobre todo en reportar eventos, y en la que el escritor aparece tomado por la historia o por la realidad y trabajando para ellas; y una literatura herodoteana (…) en la que la historia o la realidad están tomadas por el poeta, y éste le asigna el papel de “muthologo” (como llamaban los griegos a Homero), en tanto su tarea consiste en construir un mutho, armar una ficción».
Digamos pues que Marcio, “considerándose un poeta-historiador procede en forma parecida a Heródoto (…) aferrándose no tanto a la verdad supuesta de la historia cuanto a una verdad medida conforme a su funcionalidad poética: una verdad significante para los hombres” .
Permanezcamos en ese aire de epopeya, contemporánea y caribeña, para tender un arco de todos modos antes inducido desde la novela por el cínico Papiro (nombre propio por demás de profunda carga sígnica), personaje que insiste a través de sus misivas en el vínculo del barrio con la historia universal, en suponer el núcleo urbano de Villa Francisca como una especie de laboratorio de civilización. Papiros son, precisamente, las planchas de origen vegetal en que escribían los antiguos sus historias, de modo que este personaje representa en sí mismo no sólo el hecho de la transmisión narratoria y la permanencia mnemónica, sino además el acto mismo de escribir como desembocadura al conocimiento y el matiz de fijeza transmisible que otorga al discurrir la naturaleza orgánica de la escritura.
Si nos saltáramos la evidente referencia –tanto de los nombres de ciertos personajes como de situaciones y sucesos– a la época helenística , lo primero a señalar sería la patente índole épica de aquella edad oscura como también la de la era nebular del trujillismo, todavía gravitando, peso muerto. Aunque, la naturaleza cuasi homérica de Materia Prima proviene sobre todo de la condición “apócrifa” del contenido (como flujo irreductible), donde el mayor problema no proviene de saber quién escribió qué sino de la efectividad factual de aquello escrito. Pero además, el genérico Homero narra en sus manuscritos el prolongado sitio a Troya a través de textos inasibles, cargados de fluctuaciones, variaciones e interpolaciones (como la dura labor de retaceo de nuestra Materia Prima), fuera de las sumas y recortes que aplicaban los rapsodas durante sus errantes jornadas en la oralidad, hasta la fijación del texto y la segregación de las zonas espurias, hacia el siglo III antes de Cristo, por parte de Zenódoto de Éfeso, director de la célebre biblioteca de Alejandría.
En un momento dado, el personaje Ariel se queja de la contaminación de lechos arqueológicos para urbanizar, y en otro más de la demolición del barrio por afanes “progresistas”. Aunque sabe el narrador que los estratos superpuestos no eliminan los de abajo, parece comprender que el mito es lo que siempre permanece . Lo que pretenderán Papiro, Persio (y Marcio) en esta construcción de una escritura histórica pero desde la fabulación será, contraviniendo a Michel de Certeau , hacer que Villa superviva en mito: arde Troya , pero a Villa Francisca la demuelen los tractores que el Progreso colocó en su propio núcleo ardiente. Y, como en la Odisea nos queda simplemente el habitante desplazado. Van en busca, nuestros héroes, de la inmarcesible universalidad.
He aquí una diferencia, pero siempre vinculante: esas “versiones” herodotianas de la novela, esas superposiciones, conducen a la contundencia de la miseria prima del ciudadano común bajo la opresión dictatorial y su resaca. Persio no consigue escribir más y se liquida a sí mismo antes de que lo haga el páncreas; Ariel se ovilla en la representación diplomática de gobiernos en los que no cree y en la curtiembre de la cotidianidad con Dora; Papiro se exilia doblemente: de la patria y en los paraísos artificiales de los estupefacientes; Doña Iso se lamenta de haber perdido su ascendencia de matrona mientras mantiene sus 200 libras de peso con oráculos adulterados; Emilia viene y va de cuerpo en cuerpo, de oficio a oficio, de un tiempo a otro; Laura se transforma, se afantasma, se esfumina; Juan Caliente se disipa en un amor infausto... etc. Proceden los actores como una alegoría de las disoluciones colectivas o del coágulo espurio de una nación desordenada. Su población de muertos, su galería, su índice de nombres propios –por supuesto en el sendero estrictamente literario, puesto que “las entradas y alarmas de lo ficticio tropiezan contra las amontonadas y aleccionadoras domesticidades de la respuesta racionalizada y desencantada” – es un conglomerado que se convierte en constelación activa por el salto hacia el registro, por la propia entalladura en superficies de papel. La relación de los acontecimientos novelados con la realidad, con la secuencia fija, datada, vuelta al vulgo, resulta en un modelo articulado en contingencias.
En nuestros tiempos no es posible el texto anónimo, pero sí la pseudonimia; y es por ello que el mitógrafo Marcio Veloz Maggiolo ha firmado esta novela con su nombre, a pesar de camuflarse en tantos otros. Por ello mismo queda una referencia más: para alcanzar la concreción y oficialización de lo que hoy es la Ilíada, hubo previamente que superar la anarquía del origen diverso de los versos que componen los llamados “papiros aberrantes” en que se conservaba aquélla hasta su definición. Nueva vez nos desplazamos ante un nombre que ha servido de madeja conjuntiva.
NOTAS
Soledad Álvarez, Oposición y similitudes en los personajes de Materia Prima de Marcio Veloz Maggiolo, en Arqueología de las sombras (la narrativa de Marcio Veloz Maggiolo), Fernando Valerio-Holguín editor, Amigo del Hogar, Santo Domingo, 2000.
Andrés L. Mateo, citado por Ramón Francisco, Materia Prima, op. cit.
José Mármol: “…parte esencial de la trama narrativa [de Materia Prima] se centra en la cuestión teórica y fáctica del discurso narrativo mismo (…) la protonovela debe resultar novela sobre la novelación misma”, en El cerco infranqueable del pasado: de la materia prima a la protonovela, en Arqueología de las sombras (la narrativa de Marcio Veloz Maggiolo), op. cit.
“Esta evolución actual del personaje de novela revela, efectivamente, algo muy distinto […] Testimonia, lo mismo en el autor que en el lector, un estado de ánimo espiritual especialmente enrarecido. No sólo ambos del personaje de novela, sino que recelan, a través de él, el uno del otro. Antaño, el personaje era terreno de nadie, la base sólida desde la que podrían lanzarse, en común esfuerzo, hacia nuevas búsquedas y descubrimientos. Ahora se ha convertido en el centro de su mutuo recelo, en el páramo yermo donde se enfrentan […] Hemos entrado a la era del recelo” Natalie Sarraute, La era del recelo, ensayos sobre la novela, Guadarrama, Madrid, 1967, trad. de Gonzalo Torrente Ballester.
Harold Bloom, The Anxiety of Influence: A Theory of Poetry. New York: Oxford University Press, 1973; 2d ed., 1997. La angustia de las influencias, Monte Ávila Editores, Caracas, 1991, trad. de Francisco Rivera.
Materia Prima, p. 250. Habla el personaje Ariel.
George Steiner, En el castillo de Barbazul, trad. de Hernando Valencia Goelkel, Guadarrama, Madrid, 1976 y T. S. Eliot, Criticar al crítico y otros escritos, trad. de Manuel Rivas Corral, Alianza, Madrid, 1967.
Jorge Santiago Perednik, prólogo a Charles Olson, Poemas, Tres Haches, Bs. As., 1997.
Se evoca de algún modo, por ejemplo, a la errancia de Ulises y a la volubilidad de Helena frente a los “extranjeros”.
«La topografía de la Ilíada concuerda con lo que los arqueólogos han designado Troya VII». George Steiner, Lenguaje y silencio, trad. de Miguel Urtorio, Gedisa, Barcelona, 1982.
«La escritura sólo habla del pasado para enterrarlo. Es una tumba en doble sentido, ya que con el mismo texto honra y elimina» Michel de Certeau, La escritura de la Historia, Trad. de Jorge López Moctezuma, Universidad Iberoamericana, México, 1993.
«En el núcleo de los poemas homéricos se encuentra el recuerdo de uno de los mayores desastres de que pueda dar cuenta el hombre: la destrucción de una ciudad. Una ciudad es la suma exterior de la nobleza del hombre; en ella es donde su condición se encuentra plenamente humanizada. Cuando una ciudad es destruida, el hombre se siente obligado a vagar por la tierra o a morar en las estepas, y regresar parcialmente a la condición de las bestias. Este es el hecho central de la Ilíada.» Steiner, op. cit.
«Tercera paradoja de la historia: la escritura hace entrar en escena a una población de muertos (…) Por una parte, en el sentido etnológico y cuasi religioso del término, la escritura desempeña el papel de un rito de entierro; ella exorciza a la muerte al introducirla en el discurso. Por otra parte, la escritura tiene una función simbolizadora; permite a una sociedad situarse en un lugar al darse en el lenguaje un pasado, abriendo así al presente un espacio: “marcar” un pasado es darle su lugar al muerto, pero también redistribuir el espacio de los posibles, determinar negativamente lo que queda por hacer, y por consiguiente utilizar la narratividad que entierra a los muertos como medio de fijar un lugar a los vivos.» Michel de Certeau, op. cit.
George Steiner, Presencias reales, Destino, Barcelona, 1992, trad. Juan Gabriel López Guix.
Todas estas referencias provienen del prólogo de Pedro Henríquez Ureña a La Ilíada, Trad. de Luis Segalá y Estalella, Bs. As., Losada, 1971.
FOTO: Marcio Veloz Maggiolo, Ruth Herrera y León Félix Batista, durante la presentaciób de "Materia Prima", Quinta Dominica, Santo Domingo, 2007
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-19956371645150472392021-04-25T17:41:00.001-07:002021-04-25T17:41:38.237-07:00Cuando los cuervos aman a las golondrinas<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXAUQkTBhVq4d_bfmVOQHvTFYcxb9LQZsEAFOleakR3_4x1e-qSD-P9ufbvwQpMJ8T7XJDH-KXXIsaj28ChlRk1dRMs-Q7BWnNjUoYZ6LyhbkrHNvzavsXhWVc-IsbYk5wq3eQArg_62c/s300/syl.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="168" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXAUQkTBhVq4d_bfmVOQHvTFYcxb9LQZsEAFOleakR3_4x1e-qSD-P9ufbvwQpMJ8T7XJDH-KXXIsaj28ChlRk1dRMs-Q7BWnNjUoYZ6LyhbkrHNvzavsXhWVc-IsbYk5wq3eQArg_62c/s320/syl.jpg"/></a></div>Entre escritores, como en el resto de la humanidad, también suceden historias trágicas de amor y desamor. Bastaría mencionar a Samuel Beckett rechazando en pleno idilio a la hija de James Joyce, Lucía, cuyo desequilibrio la llevaría a una institución psiquiátrica. O a Lou Andreas-Salomé en el juego intelectual y de virginidad perenne del gato y el ratón con Nietzsche y Rilke y otros. O a esta otra Salomé, poeta nuestra, desmoronada en ruinas y muriendo joven, acongojada por el desapego físico de su marido, el escritor Francisco Henríquez y Carvajal. Pero cualquier historia de San Valentín que haya sido escrita en tinta sangre, palidece ante el romance accidentado, de cima a sima, entre los poetas Sylvia Plath (EUA, 1932-1963) y Ted Hughes (Inglaterra, 1930-1998), a quien incluso muerto persigue la borrasca de ese amor.
El cruel suicidio de Plath luego de que él la hubiera abandonado por una amiga de ambos (y diez años después de haberlo intentado con somníferos), el gélido domingo 10 de febrero del más crudo invierno londinense, habría de marcarlo para la eternidad. La poeta acostó a Frieda de dos años y a Nicholas de nueve meses, dejó suficiente leche en sus mesitas de noche por si despertaban con hambre, selló por fuera la puerta de la habitación con toallas y trapos mojados, se dirigió a la cocina, abrió las llaves del gas y, arrodillada, metió su cabeza dentro del horno. Así la encontró al día siguiente la enfermera que la atendía en su tránsito de crisis depresiva: intoxicada por el monóxido de carbono del gas propano alojado en sus pulmones, y sus dos hijos a salvo. Sólo tres días después se celebraría San Valentín, Día del amor (que le negaba su marido) y la amistad (que traicionó su amiga).
Con valentía acorazada de silencio, su viudo soportó las embestidas de sectores feministas que tomaron a Plath como un icono. Siempre se negó a responder a periodistas y biógrafos sobre aquellos años turbios, al tiempo que editaba los poemas póstumos de Sylvia –el esquizofrénico y extraordinario Ariel, en 1965–, sus Collected Poems (1981, Premio Pulitzer póstumo) y sus diarios (éstos editados incluso literalmente: destruyó páginas que consideraba perjudiciales para el desarrollo de sus vástagos). Sólo más de un cuarto de siglo después, hastiado por el recrudecimiento de los ataques, publicó un artículo: “En los años posteriores a su muerte, cuando los académicos se me acercaron, traté de tomar en serio su preocupación aparentemente seria por la verdad sobre Sylvia Plath. Pero aprendí mi lección temprano. Si me esforzaba demasiado en decirles exactamente cómo sucedió todo, con la esperanza de corregir alguna fantasía, era muy probable que me acusaran de intentar suprimir la libertad de expresión. En general, mi negativa a tener algo que ver con la Fantasía Plath ha sido considerada como un intento de suprimir la libertad de expresión. La fantasía sobre Sylvia Plath es más necesaria que los hechos. Dónde eso deja el respeto por la verdad sobre su vida (y la mía), o por su memoria, o por la tradición literaria, no lo sé.” (The Place Where Sylvia Plath Should Rest in Peace, en The Guardian, Londres, 20 de abril de 1989).
Otro hecho hundiría más a Hughes en la ciénaga de las acusaciones: Assia Wevill (nacida Guttman, Alemania, 1927), la poeta políglota y traductora de Yehuda Amijai por la que Ted abandona a Sylvia, se suicida del mismo modo, también domingo, el 23 de marzo de 1969, con el agravante de arrastrar a la hija de ambos. Estaba casada con el poeta David Wevill, quien intentó suicidarse al descubrir el affaire de su esposa con Ted, de manera que aquello no era un triángulo sino un cuadrado amoroso. Pero aquella noche densa, Assia se recostó en la cocina junto a Shura, de dos años, a esperar la muerte lenta a gas, no sin antes dejar una nota manifestando que no podían vivir tranquilamente juntos a causa de la memoria de Sylvia. “Sylvia está creciendo en él, enorme y espléndida. Yo me encojo cada día, mordisqueada por ambos. Me comen”, registró en su diario: “Estoy atrayendo sobre mí la catástrofe de Sylvia. Con la enorme diferencia de que ella tenía un millón de veces más talento que yo”. Como intentando recrear la escena, Ted había viajado con Assia, como con Sylvia antes, a Benidorm, y también la llevó a vivir al apartamento de la suicida Sylvia. A Shura y Assia dedicó su quinto libro, Cuervo, de 1970.
Por otro lado, y de acuerdo con una biografía no autorizada de Hughes escrita por Jonathan Bate, el viernes antes de suicidarse, Sylvia le envió una carta anunciando que se iba del país para no verlo nunca más. Ted, entonces, corrió a su casa, sólo para que acabaran discutiendo fuertemente. El sábado lo telefoneó, pero la llamada fue atendida por la poeta Susan Alliston, una tercera amante de Ted. El domingo, mientras Sylvia agonizaba, Ted estaba haciendo el amor con Susan en el mismo lugar de Bloomsbury donde lo había hecho por primera vez con Sylvia siete años antes, y donde incluso pasaron su noche de bodas. Alliston salió del cuadro en 1969, cuando murió por causa de un linfoma de Hodgkin, pero antes –y siempre según Bate–, el poeta no lograba decidir con cuál de tres amantes echar raíces: la poeta Assia Weivell, Brenda Hedden y la enfermera Carol Orchard, a quienes por las iniciales de sus nombres llamaba para sí mismo A, B y C. Finalmente, se casaría con Carol en agosto de 1970, apenas a cinco meses de suicidarse Assia.
Todo indicaba que Ted era un cuervo de verdad, un gran depredador de golondrinas frágiles y en celo permanente. Sin embargo, guardaba un gran secreto, sólo revelado meses antes de morir, carcomido por un cáncer de colon del que muy pocos tenían noticia: por una década escribió Birthday Letters (edición original de 1998; en castellano Cartas de Cumpleaños, Lumen, España, 1999, traducción de Luis Antonio de Villena), en cuyas páginas da testimonio poético de la borrascosa relación. Lo dedica a Frieda y Nicholas, sus vástagos con Sylvia.
Testamento construido sobre las cenizas de un amor, mixturado con pinceladas del perfil neurótico de la poeta. Allí Sylvia es “una ramita de lilas húmedas” aceptándolo por marido –el cuervo y la golondrina se casaron en Bloomsday–, aparece como becaria Fulbrigth con “exagerada sonrisa americana” y también odiando a España en aquel viaje a Benidorm (en cuya repetición Assia, aquella “alemana israelita rusa con la mirada de un demonio” en cambio amaría), destaca la predilección de Sylvia por el color rojo –el mismo de San Valentín–, pero “para confortar los muertos”; ella, que manifestó en Ariel: Dying is an art, like everything else. I do it exceptionally well (Morir es un arte, como todo lo demás. A mí me queda sumamente bien).
Cada línea va dirigida a un “tú” epistolar, a veces cómico, a veces trágico, a veces simplemente tragicómico, enfoque muy distinto al del famoso estudio de A. Álvarez sobre el suicidio El Dios Salvaje, que dedica páginas de profundo sondeo a los desequilibrios de Sylvia, y escrito precisamente en los meses de crisis emocional que desembocaron en su muerte por mano propia. Nada de diagnósticos: poesía. Una vez más las olas de la lírica y el verbo definen complementariamente los vicios y virtudes del ser humano.
Pero antes de estas cartas a destinatario muerto, Hughes, poeta laureado del Reino Unido en 1984, fue levantando un universo poético personal, que lo convertiría en el más osado desde la posguerra. Protagoniza la naturaleza, primordialmente animal, con toda su crudeza ajena a lo humano. El humor negro y la hipérbole sobre un escenario de páramos y selvas permiten que el yo poético deje hablar a lo silvestre. El vehículo de su expresión es, a contracorriente del canon, la zambullida en el inglés antiguo, con la aspereza del dialecto de Yorkshire y con tal exceso en la dicción que ha sido comparado con Derek Walcott, quien decía: “leer un poema de Hughes es como salir desabrigado en un día muy frío” (What the Twilight Says, 1998).
Privilegiando lo grotesco, el feísmo, la violencia y el ridículo, Hughes se alimentó de fuentes singulares: el gótico, el comic, el folklore y las literaturas primitivas. Eso explica su aventura solitaria, sin herencia en Inglaterra, y la extrañeza que produce tanta originalidad en el lector, porque debe despojarse hasta los huesos de la dicción poética y prosódica que educa el gusto general: su lenguaje literario da de lado a las herencias latina y árabe de nuestra tradición y, lejos del racionalismo, retoma el prosaísmo nórdico y el estrato germánico de su lengua nativa.
Aunque parezca en superficie una tragedia idílica, a lo mejor esta reclama una relectura a la luz de la violencia de género, el desequilibrio mental y emocional en las parejas, y la demanda de empoderamiento hacia una vida común en igualdad. En 2017 se informó de dos cartas “perdidas” dirigidas por Sylvia a su psiquiatra Ruth Barnhouse en 1962. En una indica que el poeta la había golpeado dos días antes de abortar al que hubiera sido su segundo hijo, en 1961; y en la otra que Ted le dijo directamente que deseaba que estuviera muerta. Carol Hughes, la viuda –la letra C del trío–, lo niega totalmente. Su matrimonio sobrevivió casi tres décadas.
¿Él fue realmente un monstruo, o se sentía atraído por una pulsión mortífera presente en ciertas mujeres? “El poema es en sí mismo depredador”, escribió Walcott de Hughes. ¿Cómo juzgar con equilibrio cuando individuos supra sensibles se encuentran frente a frente, con la misma turbulencia termonuclear con que dos estrellas colisionan, pero una engulle a otra? Hay un suceso con similares visos de violencia intensa. En 1873, Paul Verlaine abandona a Arthur Rimbaud para volver a Bruselas, desde donde escribe a su mujer y a la madre del poeta francés amenazando suicidarse. Luego Verlaine telegrafía a Arthur para que acuda a reunírsele, y le dispara, hiriéndolo. Después, arrepentido, le entrega el arma, y le pide que lo mate, cosa que Rimbaud no hace. Se separan para siempre y, mientras Rimbaud escribe su Temporada en el infierno, Verlaine hace lo propio con Crimen amoris. ¿Es posible comparar estos actos de escritura con el de Cartas de cumpleaños? Me parece que no: las consecuencias existenciales fueron distintas, y el libro de Hughes no es una rendición de cuentas amorosas ni el testimonio de un arrepentido. Funciona más como la recensión de un estado de cosas que finalmente devinieron en la desgracia descrita, la que aún no terminaba: en marzo de 2009, Nicholas Hughes Plath, aquel bebé de nueve meses al que su madre dejó un vaso de leche antes de morir, igual que ella se suicidó. Peor remate no puede haber.
Pero Ted era una caja de sorpresas. Un poema inédito titulado “Ultima carta”, y no incluido en el libro, fue descubierto en 2010 en la Biblioteca Británica por el investigador Melvyn Bragg. He aquí fragmentos traducidos por Sergio Eduardo Cruz de ese texto desgarrador, literalmente la última carta que Ted jugó:
¿Qué ocurrió aquella noche?
Te vi viva por última vez
Al caer la tarde del viernes
Tu nota me llegó demasiado pronto. Ese mismo día,
Viernes en la tarde y la habías mandado en la mañana.
La adelantaron los demonios que siempre prevalecen.
Salí rápido por entre la nieve
Ya azulada en febrero. Anochecía en Londres.
Lloré de alivio cuando abriste la puerta.
Mil y un acertijos a solucionar. Lágrimas precoces
Que no pude interpretar, que fracasaron en comunicar
Su verdadera importancia.
Mi huida se había convertido en un hechizo,
Desesperanzado e insomne, con todos sus sueños gastados,
Y yo sólo quería volver a capturarlos, sólo quería
Caer en algún sitio fuera de ese vacío.
Dos días de no hacer nada. Dos días gratis.
Dos días sin calendario y robados
De un mundo sin nombre.
Corrí de un lado a otro, corrí mirando atrás, una película al revés.
¿Corrí hacia dónde? Fuimos a Rugby Street
Donde tú y yo comenzamos.
¿Por qué fuimos allí? De todos los lugares donde pudimos ir,
¿Por qué fuimos allí? La perversidad
En el arte de nuestro destino
Ajustó sus refinamientos para ti, para mí, para Susan.
Susan y yo pasamos esa noche
En la cama de nuestra primera noche.
No me la llevé a mi propia cama.
Se me ocurrió que con el fin de semana
Pudieras aparecer por sorpresa.
¿Apareciste para tocar en mi ventana oscura?
Por eso me quedé con Susan escondiéndome de ti
En nuestro lecho conyugal.
Lo que pasó esa noche, en tus horas,
Nadie lo sabe, como si nunca hubiera ocurrido.
La acumulación de toda tu vida,
Como en un esfuerzo inconsciente, como en el nacimiento
Que pasa lento, que atraviesa la membrana de un segundo
Hasta el siguiente, ocurrió
Sólo como si no pudiese ocurrir,
Como si no estuviera ocurriendo. ¿Cuántas veces sonó
En mi habitación vacía el teléfono
Contigo en el tuyo oyendo el tono
Y a ambos lados una memoria que se desvanece
De un teléfono sonando
En una mente que ya estaba muerta?
¿En qué posición de las manecillas de mi reloj hiciste
Tu último intento,
Ya más allá de mi capacidad de escucharlo
Y agitaste la almohada
De esa cama vacía?
Cuando volví el teléfono ya estaba dormido.
La almohada inocente. Dormía mi habitación
Henchida de la nevada luz matutina.
Encendí el fuego y saqué los papeles.
Y apenas había comenzado a escribir cuando el teléfono
Se despertó como alarmado,
Como recordando todo. Tomó vida de nuevo en mi mano.
Y después, como un arma elegida cuidadosamente
O como una inyección,
Depositó con frialdad sus cuatro palabras
En lo más profundo de mi oído: “Su esposa ha muerto”
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-682765202632790362021-04-25T13:31:00.001-07:002021-04-25T13:31:30.051-07:00Entrevista en 280 caracteres<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fMyrneMgTG0hIQyUvFLgBJcm-EqWpdxpgcKJZoPJ-_MOcu25yFybYu26t8h1dKMP_7hKfN-bubrRSpmkEz0UFBUL899uK6eHSx8W5j0Esdyx2zSNzbapmztjvlZSoOe0CBOoCTuydc4/s2048/re.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="1515" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fMyrneMgTG0hIQyUvFLgBJcm-EqWpdxpgcKJZoPJ-_MOcu25yFybYu26t8h1dKMP_7hKfN-bubrRSpmkEz0UFBUL899uK6eHSx8W5j0Esdyx2zSNzbapmztjvlZSoOe0CBOoCTuydc4/s320/re.jpg"/></a></div>1. ¿Qué efecto buscas generar con tus poesías?
Ninguno en particular, sólo la pura expresión. De niño me resistía a que los adultos tuvieran el control de las palabras, y yo quería hablar sin tener que pedir permiso. Entonces, descubrí la escritura: podía expresarme sin interrupción. En eso continúo, libros y décadas después.
2. En base a tu experiencia como traductor, ¿cuál es el mejor camino y la estrategia más eficaz para llevar un texto a otra lengua respetando su esencia original?
El camino es empaparse del estilo en que fue escrito el original, luego la comprensión de dicho texto (no necesariamente de su sentido), su percepción. Por último, no olvidar jamás que la lengua que se debe dominar a cabalidad es la propia, a la que se va a verter.
3. ¿Con qué estilo o movimiento poético te sientes identificado? ¿Razones?
Creo que uno empieza a escribir y sólo después descubre en qué zona estética particular se encuentra. Cuando empecé a publicar me señalaron como neobarroco, cosa que no sabía que existiera. Más bien pienso que me ubico en una atmósfera de Poesía del Lenguaje, sea lo que sea eso.
4. En tiempos donde todo cuesta, ¿qué te motiva a ceder una plaquette virtual de poesía para que sea descargada y distribuida de modo gratuito?
Porque en tiempos de pandemia todo cuesta, como dices, incluso respirar. Hay presente un dilema, de todos modos, porque uno se duele de la crisis de las industrias culturales, especialmente la del libro. Pero pienso también en la promoción de la lectura “y enseguida se me pasa”.
5. Desde tu punto de vista, ¿en qué consiste ser un poeta digno de admiración y cómo trabajas para lograrlo?
Ignoro si soy digno de admiración, y tampoco trabajo para ello. Pero supongo que basta con ser auténtico, y comprender que ser poeta significa administrar un talento trabajándolo. Tomarse en serio un oficio que no es tal, y no subirse al poema para alcanzar posiciones de poder.
(Entrevista estilo Twitter hecha por Verónica Gudiña el 30 de marzo de 2021 y publicada en Poemas del Alma https://www.poemas-del-alma.com/blog/entrevistas/leon-felix-batista-respuestas?fbclid=IwAR1NJBB2iKKfYA_IUV-GpFVVSg-nNrmP0tMi42k47nEjKNdGkHRB-pdtd4o)
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-81825189457868052652021-04-25T13:22:00.001-07:002021-04-25T13:22:50.769-07:00Víctor Coral entrevista a León Félix Batista en cuarentena<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh20HaUu2W-2CSlPZ6vtd_P3Q1XDJWTvoO2nsym-90B3-6g2YNW3KsIwm6CG6kUBgy8i8O36zgD5xvO-6wnxfYizhH7QxJ1YkTL2q_gNzf7D7-YsyzEYSgfDuWjhjJTag6NtLKutW5zixY/s896/m%25C3%25A1scara.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="896" data-original-width="780" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh20HaUu2W-2CSlPZ6vtd_P3Q1XDJWTvoO2nsym-90B3-6g2YNW3KsIwm6CG6kUBgy8i8O36zgD5xvO-6wnxfYizhH7QxJ1YkTL2q_gNzf7D7-YsyzEYSgfDuWjhjJTag6NtLKutW5zixY/s320/m%25C3%25A1scara.jpg"/></a></div>-Muchos poetas suelen tener una imagen poética primera. Algo así como el primer recuerdo relacionado con la poesía, un escenario poético, una visión... ¿de tenerla, cuál es la tuya?
Tengo la nebulosa visión de estar escribiendo, de niño, a la luz de una vela, acostado sobre el piso de mi habitación. Y no poesía: escribía una carta a mi madre, quien se había ido a vivir a Nueva York desde que yo tenía 4 años, y no la había vuelto a ver. Era una carta de amor filial, obviamente, de un amor imposible, deseado en lejanía. Y por eso era una carta de poesía, era un poema epistolar. Yo no tenía idea entonces de que existieran los poetas, y mucho menos de que después yo mismo me convertiría en uno. Tendría 7 u 8 años, no estoy seguro, pero ya empezaba a manipular la escena, dramático en mi lírica como todos los poetas, porque recuerdo bien que había corriente eléctrica en la casa, pero que deliberadamente la interrumpí para escribir mi poema-misiva en la semioscuridad. Muchos años pasaron para darme cuenta, ya poeta publicado, de que aquello era el momentum arquetípico del acto de escribir poesía, y que me estaba preparando para que después pudiera erupcionar en texto lo que en la infancia no era más que magma emocional.
-Cómo fue el proceso de escritura de tu primer libro. Publicaste poemas en revistas previamente, cómo lo financiaste.
Escribí mi primer libro como aquella carta: acostado, noche tras noche, en el sofá de la sala del apartamento que compartía con mi madre en Sunset Park, Brooklyn, Nueva York. No tenía alternativa: era un lugar con una sola habitación, y yo debía esperar que dejaran de emitir la última telenovela o que el sueño venciera a mi progenitora, para poder escribir (leer era más fácil, porque lo hacía sentado en el retrete aunque el mundo se estuviera acabando puertas afuera). Corría 1987. El libro fue impreso en 1989, en los talleres del Centro de Exportaciones Dominicanas, donde mi amigo y compañero de generación José Mármol cumplía funciones gerenciales, y publicaba libros de poemas -suyos y de otros- durante las horas libres, en una inolvidable colección que llamó Egro. Tenía 25 años, y había ya publicado desde la adolescencia en múltiples diarios y revistas. No tuve que pagar nada por ese primer libro, salvo por el papel que usamos y una propina a los chicos de la imprenta, cuyo trabajo no era precisamente imprimir y encuadernar poemas, sino revistas y boletines informativos de exportación comercial. La diagramación corrió por parte de mi amigo de la escuela Juan Bueno Holguín, quien lo maquetó a escondidas en el diario donde trabajaba entonces. La corrección de estilo fue del poeta y gran amigo Plinio Chahín. El título: “El oscuro semejante”.
-¿Qué opinas de los concursos de poesía? ¿Participas de ellos? ¿Crees que es esencial para hacer lo que llaman una "carrera poética"?
Con los concursos de poesía pasa lo que con casi todo en la existencia: donde interviene la mano humana, el ambiente termina permeado (por no decir “contaminado”) por ésta. Como en los experimentos de la Física: el resultado dependerá de la observación, cosa que redefine la realidad observada. Así que, sí: siempre tomando en cuenta quién y con qué propósitos los organiza, he participado en concursos (y hasta ganado algunos, para mi sorpresa, ya que perder un concurso en ciertas circunstancias puede ser tan positivo como en otras ser galardonado). Pero estas preguntas que me haces pueden ser respondidas como lector y/o como escritor de poesía. Hay libros a los que uno llega atraído por haber sido premiados, y acaba a veces por desilusionarse o por maravillarse. He visto también poetas prometedores que han perdido el rumbo deslumbrados por un premio. Y -verdad de perogrullo- existen poetas extraordinarios que nunca han recibido galardón alguno. De manera que, no: no los considero esenciales para una supuesta o probable “carrera poética”. Tienen su importancia, pero no son imprescindibles.
-En términos generales, desde la segunda mitad del siglo veinte la gran influencia de la poesía latinoamericana se desplazó de la poesía española hacia los clásicos del idioma inglés (Eliot, Pound, otros). ¿Cuáles crees que son las influencias actuales?
El siguiente desplazamiento de influencia me parece que ha sido hacia nosotros mismos, frontera adentro. Nos tomamos más en serio lo que estaba a la vista y nos negábamos a ver: la grandeza de César Vallejo, la maravilla de Huidobro, Ramos Sucre, Neruda, Olga Orozco, Martín Adán, Aimé Césaire, Lezama Lima, Moro, Derek Walcott, Parra, Pizarnik, Haroldo de Campos, Octavio Paz, Varela, Juarroz, Cisneros, Lihn, Gelman, Deniz, Hinostroza... Un mundo infinitamente más rizomático que la propia línea Pound-Eliot-Williams-Stevens. Y esa fabulosa camada posterior: José Kozer, Carrera, Coral Bracho, Montejo, Verástegui, Milán, David Huerta, Marosa, Espina, María Auxiliadora Álvarez, Perlongher... y sigue y sigue. Hay poetas entre los que he nombrado y los que se me olvida nombrar ahora sin cuya obra es inexplicable el derrotero de la poesía latinoamericana actual. Sostengo, además, una tesis acaso atrevida: que, como seguimos consumiendo mucha poesía traducida (sobre todo de las lenguas europeas), y como un enorme porcentaje de las versiones las hacen poetas españoles, en un cierto modo, sutilísimo, seguimos recibiendo su influencia. Quiero decir: en el fondo uno sabe que al leer versiones de Pessoa, Bonnefoy,Carson o Char uno está de algún modo leyendo a “versionadores” que a su vez son poetas muy potentes, llámense Ángel Crespo, Sánchez Robayna, Jordi Doce o Jorge Riechmann, por hablar de algunos pocos. Eso para no decir que, desde Luis Feria y Ullán hacia acá, se ha estado produciendo una confluencia (más que influencia) de poéticas común.
-Cuáles son los poetas vivos más importantes de tu país y por qué?
Esta una pregunta cuya respuesta puede ser muy relativa y elástica, por subjetiva. Soy, sin embargo, un sujeto, y es a mí a quien se está preguntando. Considero que los poetas vivos más importantes de la actualidad en República Dominicana son (en cuanto a influencia, reconocimiento internacional o trayectoria) Cayo Claudio Espinal y José Mármol, seguidos de varios otros nombres con obra sin dudas relevante. ¿Por qué? Pues porque cada uno resume en sí poéticas más o menos dominantes en discursos posteriores y contemporáneos.
-¿Qué opinas de las opciones poéticas metaescriturales, digamos poesía sonora, poesía visual, etc?
Las disfruto bastante, pero no puedo decir que esté consumiendo “poesía” cuando las abordo, cosa que tampoco importa cuando uno es de los que piensa que la poesía está en todas partes. La respiración de la escritura, y su correspondiente lectura, son otras. Eso es todo. A veces el aire huele a lluvia, pero no empapa ni hace crecer las flores. Su olor sólo nos dice que podría llover hoy por la tarde.
-En tu opinión cuál es la relación entre el poeta y el ejercicio de la crítica literaria. ¿Crees que la mirada crítica es importante para el poeta de hoy?
Creo que es una relación clave, medular, pero bastante diluida al día de hoy. Ignoro si sea nostalgia en tipos como yo, atrapados entre la Edad Analógica y la Digital, pero uno echa de menos contar con la agudeza crítica de los Henríquez Ureña,Cornejo Polar,Yurkievich, Rodríguez Monegal, Guillermo Sucre, Julio Ortega, Castañón, Octavio Paz con que contaron otras generaciones de poetas latinoamericanos. Por fortuna quedan nombres de gran agudeza teórica como Eduardo Milán en México, Gustavo Guerrero en Francia y Miguel Casado en España. Pero no basta. Eso desde el punto de vista artero de ser visto por el otro. Ahora bien: si tu pregunta se dirige al ejercicio de la crítica literaria siendo uno poeta, mi respuesta varía un poco. Entonces creo que es muy importante para uno “ejercer” de crítico a través de reseñas, prólogos, ensayos, contratapas y opiniones, porque es un complemento de la visión estética individual. Como se trata de un ejercicio crítico no profesional ni programado ni bajo contrato, el poeta de hoy debería poder actuar como crítico literario libérrimo para amplificar su canon. Es suficiente para justificar la acción.
-Internet ha propiciado o, por lo menos, ha revelado una difusión y práctica inusitada de la poesía. Cada vez hay más poetas en todos lados y ya casi se pierde en el relativismo el ejercicio poético. ¿Crees que no se puede decir a nadie que no es poeta o consideras necesario establecer un rasero, un parámetro?
Lo que internet ha propiciado es la difusión de un fenómeno que ha existido siempre. En mi promoción de secundaria, de acaso mil estudiantes, por lo menos unos 100 decían ser poetas. Eso da un porcentaje bastante alto, ¿no? ¿A dónde fueron a parar tantos futuros poetas? ¿Por qué me dejaron sólo como el necio persistente en esta Vía Dolorosa? Igual que entonces, y a esas alturas, a nadie se le debe decir que no es poeta, como tampoco que sí lo es: eso es algo que se debe descubrir por uno mismo. To be or not to be, but not to be judged by a third party. Yo, particularmente, prefiero que las personas escriban y lean mala poesía a que consuman grasa saturada, bombas de colesterol o discursos maniqueos de políticos rapaces.
-¿Cuánto tiempo dedicas a la escritura y a la lectura? ¿Los practicas diariamente o te sometes a los dictados de la inspiración?
Leo varias horas todos los días, eso no lo puedo negociar. Escribo cuando me dice la cabeza que escriba y la vida diaria me permite hacerle caso. A veces escribo dormido poemas que no se fijan en ninguna parte. Es una imagen como aquella de la nube de Internet: quisiera creer que si me duermo otra vez podría recuperar esos poemas no escritos. Como se ve, leo más que lo que escribo. Y eso me ayuda, pues tomo notas, apuntes, ideas, imágenes posibles (Lezama dixit). Soy metódico, y llevo fichas de dónde se consigna cada idea y para qué proyecto literario podrá servir en el futuro. Después me siento a escribir, un día a la semana, y ese día fue domingo durante muchos años, ya no tanto. Es el día del vaciado grueso, de lo que salga de la mente mezclándose con los apuntes. Y voy acumulando así, y alguna vez la cosa cuaja en libro, por inercia, agotamiento y, sobre todo, cuando alguna editorial me pide un libro. Entonces me pongo a armarlo, basado en el proyecto que ya tenía. Y el ritmo de escritura cambia, se vuelve frenético, constante, diario y productor de insomnio. Pero, por lo regular, no tengo prisa, no escribo para publicar. ¿Inspiración? ¿Qué es eso? Los paneles del radar de la poesía deben estar desplegados 24/7.
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-80351784597693949792021-04-25T13:15:00.001-07:002021-04-25T13:15:29.797-07:00Un poeta en las cavernas<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyxBEYFnSs9iUJvmmWcnBhFqqX2UvcAaSgn3vQorXmoaqXmYAM04tX2LizF4OaFKKu-87ZDI0taaX4QBrZkXUGOHFz-AQxedzZx3kFYueR3SFUBf0pkSL5dOM2mqohTrunUEVDZLtBa0/s2048/Carta+de+Eshleman+a+Batista+desde+la+revista+Sulfur+%25281%2529.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="2048" data-original-width="1687" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyxBEYFnSs9iUJvmmWcnBhFqqX2UvcAaSgn3vQorXmoaqXmYAM04tX2LizF4OaFKKu-87ZDI0taaX4QBrZkXUGOHFz-AQxedzZx3kFYueR3SFUBf0pkSL5dOM2mqohTrunUEVDZLtBa0/s320/Carta+de+Eshleman+a+Batista+desde+la+revista+Sulfur+%25281%2529.jpg"/></a></div>Pocas veces un poeta se interna en las cavernas más negras del lenguaje, y consigue iluminar el mundo desde el fondo, como Clayton Eshleman (1935-2021).
Hijo de un ingeniero y un ama de casa (“¿cuál es la naturaleza de la noche? ¡dejé mi vida en la tumba de mi madre!” escribiría en An anatomy of the Night), descubrió la poesía durante sus clases de escritura creativa en la Universidad de Indiana, donde estudió Filosofía y empezó a leer obra traducida de Lorca, Perse y otros poetas, a cartearse con Louis Zukofksy y Robert Creeley, y a interactuar con poetas más cercanos en edad a él: Paul Blackburn, Robert Kelly, Jerome Rothenberg y David Antin, por ejemplo. Paul Blackburn lo presentó con William Carlos Williams, Allen Ginsberg y Denise Levertov. El joven Clayton iba camino muy temprano a convertirse en uno de los poetas más descollantes de la tradición norteamericana reciente.
He aquí que, con apenas treinta y dos años, funda y dirige la histórica revista Caterpillar (1967-1973), que se extendió por veinte números. Previamente editó Folio (en sus años de universidad) y concibió en Lima Quena, publicación periódica abortada en su primer número por razones de orden político. Entretanto, anduvo viajando por España, México, Perú, Japón, París, y al visitar las cavernas de Lascaux se despierta su interés por el mundo paleolítico, que se convertiría en el eje de su estética. Poco antes de partir a Francia en 1973, había escrito en su libro Coils, como premonición: Yorunomado cerró la mano izquierda de mi libro. / Desde ahora, dijo, / tu obra se interna en la tierra. Y, en efecto, esa mano izquierda de su libro resultaría ser la fase inicial de su vida literaria, y a partir de ahí el internamiento en tierra lo condujo al descubrimiento del inframundo del Periodo Glacial, según sus propias palabras en la Introducción a Juniper Fuse: Paleolithic Imagination & the Construccion of the Underworld, un texto en 400 páginas construido durante veinticuatro largos años.
A su regreso en 1981 emprendió el proyecto de la segunda gran revista que fundó y dirigió: Sulfur (subtitulada A Literary Tri-Quarterly of the Whole Art), cuya vida se extendió por casi dos décadas y cuarenta y seis números, con su compañera Caryl de editora gerente. En sus páginas, al igual que en tomos de ensayo y varios poemarios –como sus libros Hades in Manganese (1981), Fracture (1983) y Under World arrest (1994)– se desarrolla parcialmente esa “recuperación de la profundidad, de lo insondable” que significó para él el Paleolítico superior, en tanto que Hotel Cro-magnon (1989) y From Scratch (1998) lo hacen de manera muy particular. El culmen de esta búsqueda, Juniper Fuse (2003), como Eshleman afirma es “una anatomía compuesta de poesía, prosa poética, ensayos, conferencias, notas, sueños y reproducciones visuales”, una “composición cambiante a la manera de un móvil de Calder: la poesía transformándose en prosa y la prosa transformándose en poesía”.
Parece decidido a erigirse en el poeta autoexiliado de la República pues, a diferencia de la singular alegoría de Platón, es justamente en las sombras, internándose en las “vísceras cavernosas”, donde descubre la inteligibilidad del mundo. Tras un remonte a las metáforas del Cro-Magnon, Eshleman considera que los trazos del hombre y la mujer primitivos fijaron la conciencia del ser, al percibir al animal como un otro, y que la mente del Paleolítico reside en el reino de la imagen: se trata de poesía en estado puro. El inframundo de las culturas cavernícolas correspondería al subconsciente del hombre moderno. Conducir todo este fardo por los rieles literarios sólo podría realizarse cuestionando la poesía desde el poema mismo. Y ese ha sido su designio. Definitivamente, y en general, la escritura de Eshleman “no coopera con el gusto, ni los juicios, ni los estándares estéticos” cómodos a los lectores, como se dijo en su momento en el New York Times Book Review. Y no es extraño: hacer concesiones no es precisamente un atributo suyo, contradictor constante, asiduo a las negaciones, constructor por desmontaje. Su furor no tuvo límites: editor incansable, investigador acucioso, pensador. Y su faceta de traductor es simplemente impresionante: desde Residencia en la Tierra de Neruda hasta toda la poesía de César Vallejo; desde Aimé Césaire a Vladimir Holan a Antonin Artaud, pasando por Bei Dao y hasta José Antonio Mazzotti, con un arco pleno de nombres y poéticas dispares. Estuvo además envuelto en los alucinógenos tanto como en los movimientos antibelicistas, y fue un viajero incansable. Un coctel bastante espeso de fecundo contenido.
Una de sus principales transgresiones, analiza Eliot Weinberger en la introducción a la antología The Name Encanyoned River: ver la vida de la mente como una serie de imaginativas confrontaciones con el “otro” –otros humanos, otras especies, el otro histórico, el otro geográfico, el otro personal. Ese otro histórico (una constante en la poesía norteamericana del siglo: para Pound la China Antigua, para H.D. la Grecia Clásica, la Mesopotamia para Olson, el Neolítico para Snyder) es para Eshleman, fundamentalmente y como hemos consignado, el Paleolítico superior, y con su tratamiento ha levantado un mito: que éste representa la crisis del hombre separándose del animal, el nacimiento (al tiempo que caída) original. A este modelo habría que añadir las influencias recogidas de sus versiones de Vallejo y de Artaud (cuyos influjos Eshleman aplica en lo que llama lower body, cuerpo bajo: semen, babas, excremento, flujo menstrual...); la exploración del eterno femenino en What She Means (1978) y los múltiples datos autobiográficos que deja colar de línea en línea. Como se ve, una poesía plural y desbordante, tardíamente traducida al castellano.
Por su insistencia en la Edad de Piedra, el mundo tribal y las culturas milenarias se le asocia con Charles Olson y con la etnopoesía. Por su escritura innovadora se le vincula con los poetas y teóricos de L=A=N=G=U=A=G=E (Marjorie Perloff, Bruce Andrews, Charles Bernstein, que escribe: “no hay documento alguno de la civilización / que no sea al mismo tiempo un / documento de la barbarie”), quienes además colaboraron profusamente en Sulfur magazine, la que constituía un islote editorial para escrituras alternativas y experimentales. En una flecha temporal más meteórica, la llamada ecopoesía también le debe parte de su rápido caudal, cuya desembocadura viene a ser la fascinante obra del geólogo y poeta Forrest Gander, colaborador relevante de la revista Ecopoetics –editada por Jonathan Skinner–, y que publicó en 2012 junto a John Kinsella Redstart, an Ecological Poetics, y luego obtuvo Premio Pulitzer de Poesía 2019 con Be With, libro que cuenta con dos versiones en nuestro idioma: Estar con (Mangos de Hacha, México, 2019, traducción de Ricardo Cázares) y Está con (Libros de la Resistencia, Madrid, 2019, traducción de Antonio Alarcón). En 1980 Gary Snyder escribió a Eshleman: “conocer más sobre la imaginación del Paleolítico es conocer la Paleo Ecología de nuestras propias mentes”. Se hace visible el trazado de una línea continua –que viene desde Olson–, entre la etnopoética (creada por Rothenberg con abundante eco) y la Ecopoesía de Jack Collom, Juliana Spahr, Forrest Gander y otros más.
Por último, el vínculo de Eshleman con la poesía escrita en español se ha producido en forma de un intercambio enriquecedor, primordialmente con México y Perú, donde incluso publicó un opúsculo: The Chavín Illumination (Lima, La Rama Florida, 1965). En México se editaron en 2013 Sealoque / Everwhat (Mantis Editores/Instituto Queretano de la Cultura y las Artes, traducción de José Manuel Velázquez) y Mecha de enebros (Aldus, traducción completa de Juniper Fuse hecha por Hugo García Manríquez). Vale recordar que la primera edición de Everwhat ocurrió en Islas Canarias (Zasterle Press, 2003).
A mi modo de ver, ha sido una difusión bibliográfica al ralentí. Yo mismo empecé a traducirlo y publicarlo a partir de 1997 (revista POESÍA N° 113-114, Universidad de Carabobo, Venezuela), luego del impacto que me produjo la lectura de sus textos en Una antología de la poesía norteamericana desde 1950, de Eliot Weinberger (Turner para España y Ediciones del Equilibrista para México, 1992, edición en español de María Baranda). La llama comunicativa entre nosotros se mantuvo viva todo el tiempo, gracias al intercambio de cartas, postales, libros y revistas, y pasó con la Internet a los correos electrónicos. Así, le propuse traducir su brevísimo The Aranea Constellation cuando me lo envió, pero ya García Manríquez estaba en proceso de hacerlo, y se incluyó en la mencionada edición como Colocaciones II: “la Constelación Araña”. A cambio, Eshleman me pidió preparar una antología suya que contuviera los poemas que yo eligiera y algunos seleccionados por él. Como anécdota supletoria, recuerdo haberme interesado en su poema “Monumental”, en memoria del pintor Leon Golub, y enseguida me advirtió que ya Mario Domínguez Parra lo había traducido. A sus setenta y cinco, finalmente se expandía su poesía en español. Nuestra muestra antológica saldría, por sugerencia suya, bajo el título de “Una anatomía de la noche”, en honor a su antepenúltimo poemario, An Anatomy of the Night (2011). No pudo ser: quise buscar, antes de llevarla a término, y como estímulo al proceso, una editorial dispuesta a erogar (primero lo primero) el pequeño monto por los derechos de autor a Eshleman. Una década después, no ha aparecido quien la edite.
Y ahora Eshleman ha muerto. Ha viajado –iluminando su camino con una rama de enebro– de regreso a las cavernas del origen. Nacido en Indianápolis (Indiana) un primero de junio, falleció hace un mes, durante la madrugada del 29 al 30 de enero, en Ypsilanti (Michigan). Y esta es la necrológica de un lector que, simplemente, lo admiraba. Por nombres como el suyo se titula esta columna “El canon accidental”: por esas obras que –ajenas al afán de fijar las jerarquías y el sentido genealógico de las “autoridades”–, un día tú descubres por azar, y decides construir con ellas un canon propio.
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-12889494883198831372021-04-25T13:07:00.001-07:002021-04-25T13:07:33.604-07:00Si pudiera pensar, el corazón se pararía<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhisQQ_UkJ2zYR-BBmaljvxj9WtQvDzwBHCGCpSpH3Vu_4w3V0n_4dntmACRK-MuBNh6Boj6RB_cjxqHtmYGELUSqKLzDlP-G5NH4HVptT4zoMrzLuWfiIaBAZE1-_4k9fBhdx2XTRkujk/s678/desasos.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="678" data-original-width="433" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhisQQ_UkJ2zYR-BBmaljvxj9WtQvDzwBHCGCpSpH3Vu_4w3V0n_4dntmACRK-MuBNh6Boj6RB_cjxqHtmYGELUSqKLzDlP-G5NH4HVptT4zoMrzLuWfiIaBAZE1-_4k9fBhdx2XTRkujk/s320/desasos.jpg"/></a></div>Eso dice el escritor luso Fernando Pessoa (Lisboa, 1888-1935) en el fragmento 1 del Libro del desasosiego. Ninguna lectura más pertinente, para los tiempos que discurren. Es lo más apropiado para un náufrago, tanto si zozobrara en una isla solitaria o en la mar de una metrópolis. El ser humano de hoy está solo y tiene miedo. Ha naufragado en sí mismo, puertas adentro y confinado a un mundo en línea. Bastó la multiplicación de un virus para que pulsos y bits sustituyeran a las personas reales del universo offline con las que se vinculaban, y el contacto carnal se ha derretido a causa del liquid love descrito por Zygmunt Bauman.
Aunque, como escribió Pessoa, “toda la literatura consiste en un esfuerzo para hacer real la vida”, volverla menos licuada, cosa que intenta en estas hojas. El tomo, póstumo e inédito hasta 1982, sería inicialmente atribuido a su heterónimo Vicente Guedes, y luego a Bernardo Soares, el más ortónimo de sus alter egos. La primera traducción en todo el mundo fue al castellano (Seix Barral, edición, introducción y traducción de Ángel Crespo), en 1984, originando un terremoto con réplicas editoriales: Libro del desasosiego. Un día en la (no) vida de Bernardo Soares, antología, introducción y traducción de Luis Morales, Editorial Funambulista; Vasques & Cía. Fragmentos de la oficina del desasosiego, presentación y traducción de Manuel Moya, Editorial Berenice; Libro del desasosiego, edición y traducción de Manuel Moya, Alianza Editorial; Libro del desasosiego. Fernando Pessoa como Bernardo Soares, Emecé, edición de Richard Zenith y traducción de Santiago Kovadloff; y Libro del desasosiego, edición de Richard Zenith y traducción de Perfecto E. Cuadrado, Acantilado.
Livro do desassossego fue paulatinamente siendo vertido a otras lenguas europeas, en las que a mi entender el atractivo pierde impacto: Il libro dell'inquietudine en italiano, Livre de l'inquiétude en francés, The book of disquiet en inglés. Lo adjudico al propio título, pero además a lo que implica éste: desasosiego equivale al sentimiento del ennui cioraniano. No se trata exactamente de inquietud, intranquilidad, disquiet (vale decir unrest, anxiety, nervousness). Desasosiego es el vacío vital, el tedio fundamental, el individuo colapsando en sí. Un sentimiento aplicable, como entrada de un manual: “el sosiego positivo de todo me llena de rabia”, fragmento 101. Desasosiego, aquí, es palabra familia de la portuguesa Saudade: un vocablo indefinible e intraducible, pero que cerca de sentirse maniatado por los acontecimientos (ver Introducción a la saudade: antología teórica y aproximación crítica, de Dalila L. Pereira Da Costa, FCE, México, 1989).
El manuscrito fue encontrado en un baúl, entre múltiples papeles y fajos sueltos, de ahí que, tras su transcripción, padezca de zonas truncas. Abundan los señalamientos del tipo: […], palabra o pasaje ilegible; / /, reserva del autor acerca de una palabra o expresión; ( ), duda del autor en cuanto a la inclusión de una o más palabras y (…), pasaje dejado incompleto por el autor. Y esos símbolos de ausencia, de insolubilidad, de qué o cómo pudo haber sido dicho algo, remedan nuestra vacuidad contemporánea de zombies zoomizados, porque “hay metáforas más reales que las personas que pasan por la calle” (157).
En casi 500 fragmentos y otra data, redactados durante 23 años, detalla la biografía sin acontecimientos de Soares, revelada poco a poco en una habitación alquilada y amueblada “para mantener el tedio”. Ese Soares que “aparentaba treinta años, delgado, más alto que bajo, exageradamente encorvado, vestido con desaliño, con aire de sufrimiento y privaciones, cenaba siempre poco y acababa fumando tabaco de hebra” a quien Pessoa conoce (reconoce) en un restaurante disfrazado de taberna, se le parece demasiado, como aquel supra-Camoens que anunciara, y en cierto modo como todos los otros heterónimos. Pero Soares es mucho más Pessoa que Caiero, Ricardo Reis, Álvaro de Campos o C. Pacheco. Se percibe así en el aspecto físico, lo que fuma y come, el oficio, la profusa soledad, la manera de arrastrar los pies por las calzadas. Pessoa ve a Soares en aquel establecimiento de entresuelo como Caerio ve (fragmento 160) a un anciano moviéndose impaciente bajo la lluvia, un “símbolo de nadie; por lo cual tenía prisa”). Quizás por eso dijo: Bernardo Soares “soy yo menos el raciocinio y la afectividad”.
La naturaleza híbrida del Libro del desasosiego (pues se mueve entre el ensayo, el poema en prosa, el diario íntimo, la narración y la descripción), y su compuesto fraccionado, lo hace pieza ideal para un damnificado de la vida, para el hombre desplazado hasta el olvido. Lo que pasa es que se trata de un retrato existencial, un ridiculum vitae, la autobiografía inocua y en pedazos de un alma urbana cuyo “tiempo es un abismo oscuro y viscoso, un pozo que no se usa en la superficie del mundo” (396). Sus páginas plantean los desórdenes de la civilización occidental en el desplazamiento gélido, material y despiadado de las metrópolis en tiempos de frívola postmodernidad y en plena Era del vacío (Lipovetsky): todas las ideologías en estado cadavérico y las grandes religiones cuestionadas. La frescura con que el lector apura estas palabras suyas, pese al siglo de distancia, es un indicador indiscutible de la perennidad de nuestros avatares y continuos “banquetes de aflicción”, comensales del poema de Cayo Claudio Espinal. Por virtud de actualidad, el drama em gente es gente en drama.
Pessoa murió sin aclarar el orden definitivo de su texto, lo que también daría oportunidad a su reconstrucción a partir del yo del náufrago, aunque fuera al releer o reescribirlo sobre arena. El Libro del desasosiego es un auténtico work-in-progress, habiendo sido escrito así, en estado no definitivo. Abriendo el libro en cualquier parte, se puede armar el puzzle del naufragio personal, de nuestra intrínseca desolación. Estos bloques de prosa, a los ojos del poeta, siempre fueron bocetos, y contienen ambigüedades, incompletez de desarrollo, abundantes contradicciones. De ahí que corresponda a los lectores definir sus rasgos por el tamiz del ojo en la silueta. Una nota rescatada del propio Pessoa indicaba que su libro contendría residuos o intervalos. Nada es definitivo en estas páginas.
¿Hay mayor desasosiego que el de encontrarse solo en una isla, rodeado de mar, arena por todas partes, esqueletos de crustáceos, troncos secos, y sin el salvavidas de un dispositivo electrónico? Y, al mismo tiempo, ¿hay mayor desasosiego que el de nuestras multitudes texteando permanentemente nada para espantar su desamparo? Pessoa, como nosotros ahora, se movía por la Tierra como en una burbuja nebulosa, en su propia isla portátil. Por eso hubo de inventar su drama em gente (en personajes), su multiplicación en otros sin dejar de ser él mismo. Como quien crea “perfiles”, y se convierte en su follower en Twitter, su suscriptor en Instagram, uno de sus propios friends en Facebook. Este el caso de Soares, el autor putativo de este libro escrito en prosa por un versificador –había dicho Pessoa que “en prosa es más difícil otrarse que en verso”–; el mismo oscuro lisboeta tenedor de libros en los cuales sancionaba “las cuentas ajenas y la ausencia de la propia vida”.
En esa fragmentariedad hay un vaivén, reflujo: la misma fórmula del intervalo crudo de vivir. De ahí la relación que le veo con Cioran: “Basta con que escuches en silencio y lo oirás todo” (dice el rumano en Breviario de los vencidos, 17). Convencido de que “más vale escribir que atreverse a vivir” (51), el náufrago en una isla o en la ciudad-habitación desierta, el abandonado en una isla o en la isla de sí mismo, participa de la misma incertidumbre del poeta que “no habla la lengua de las realidades” (325), puesto que “no hay problema, sino el de la realidad, y ese es insoluble” (163).
Solo (y sólo) con el libro, con su desasosiego, no hay soledad posible. Leamos.
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-47560588845886208802021-04-25T13:04:00.001-07:002021-04-25T13:04:10.861-07:00Editar en las tinieblasPasadas tres décadas en ejercicio, todavía me pregunto sobre la latitud o la estrechez de límites entre dos de mis oficios: escritor y editor. El registro (limpio, fijo y dador de esplendor) del diccionario, indica que editar es publicar por medio de la imprenta una obra; pagar y administrar una publicación y –en una lánguida acepción tercera–, “adaptar un texto a las normas de estilo de una publicación”. Para entender el acto de escribir no es preciso un lexicón: uno barrunta (intuye, sabe) en qué en efecto consiste. Se suponen dominios deslindados: editor es quien edita y escritor es quien escribe, para acotar con sobriedad los campos. Acaso sea así, pero sólo en apariencia –que es un aspecto de la esencia, Lenin dixit; si bien aquélla manifiesta la verdad del objeto, contradice Edmund Husserl.
¿Cuáles son esas punzantes aristas que implican y complican sus correspondencias? ¿Cuántas de sus puntas se interconectan y a qué profundidad lo hacen? Más allá del hecho comprobado y comprobable de que los editores con regularidad también son escritores, hay vínculos un tanto más etéreos, inapresables, turbios, que relativizan las distancias entrambos conceptos. El principal punto en común se da, presiento, en la segunda etapa del proceso de la escritura de ficción: aquélla en que la pluma pasa del vuelo de altura al vuelo rasante, en la fría aplicación de técnicas y ajustes al estilo, y el poeta –el narrador, el dramaturgo–, retoma la materia prima, la proto escritura en bruto y comienza a transformarla en producto estilizado. Y eso, también, es editar.
Empero, editar es algo más, está un poco más al fondo. Tiene que ver con la estética de imagen, la legibilidad, la seducción visual, el atractivo táctil, para no extender el tropo hacia todos los sentidos (el olfato, por ejemplo, puesto que en las catacumbas de la psique del lector se encuentra cincelado el aroma a tinta fresca). También se sobrentiende que un editor ha de ser lector omnívoro, y no sólo dominar propiamente la escritura, sino, además, y necesariamente, la prosodia y la gramática, la cultura literaria y el galanteo sugestivo característico de la publicidad comercial, ya que el objeto “libro” –y el periódico, las revistas, y hasta los mapas de carretera– participa en el mercado en términos de adquisición, venta y comercialización de productos e inversión y recuperación de costos.
Cuando se trata de cultura (cosa que aprendí durante mi postgrado en Gestión de las Industrias Culturales y Creativas), delimitar, constreñir, puntualizar, no necesariamente fijan un concepto. En nuestra disciplina todo es bastante elástico, plural, diverso. Elastilingüe, pues, diría Paulo Leminski. En ese tenor, el nivel de complejidad de los procesos editoriales fuerza a que todo intento de precisarlos sea aproximativo, como el hombre de Tristan Tzara. Para empezar, hay varios tipos de editores, de los que enumero algunos:
1. Editor principal o director editorial (acquiring editor, acquisitions editor, managing editor, commissioning editor, editor in chief: suele ser el director editorial o editor senior, cuya función principal es adquirir derechos de obras y obtener contratos con autores o sus agentes, investigar y buscar obras para ser publicadas, negociar durante las visitas a ferias de libros, etc.).
2. Editor de contenido o editor de textos (copy editor, proofreader: quien realiza la edición de un manuscrito previo a su publicación, y a veces hace corrección de estilo, mezclando sus funciones con las del corrector ortotipográfico y/o con las del corrector de pruebas o galeradas).
3. Editor propietario de una editorial (conocido como publisher: puede que también haga labores propias de edición o no).
4. Editor de proyecto (o coordinador editorial: supervisa todas las etapas de producción de un libro, se asegura de que los procesos sean ejecutados correctamente, y lleva el día a día con los autores y las imprentas).
5. Editor digital (editor que posee formación en el sector editorial tradicional, pero se concentra en los aspectos de la edición digital, gestiona autores y contenidos en línea y redes sociales, así como los formatos de libros electrónicos).
6. Editor técnico (establece la presentación de contenido, por lo cual es llamado también maquetador, componedor y, en la República Dominicana, diagramador).
(Fuente: Manual de edición literaria y no literaria, de Leslie T. Sharpe e Irene Gunther, Libraria-FCE, México, 2005)
Por todo lo visto arriba, es muy probable que un editor participe de varios de esos niveles a la vez –o en todos. En nuestras tierras, editar es un asunto para multitaskers. Y nadie más multitarea que un escritor, un poeta, siempre en afanes ajenos a su oficio de sobrevida y crisis ante la falta de apoyo del Estado y del mercado. Por eso, dada la relación axial entre escritura y edición, se han ido haciendo comunes ciertas simbiosis, hasta la amalgama más notable: el editor-poeta, el poeta-editor. Esta realidad desmiente afirmaciones peregrinas, vertidas hace poco en redes sociales, de que un poeta gestionando una casa editora es inferior a un editor profesional, “genuino”. Esa diferencia es falsa: ambos consiguen, si son gerentes, resultados. Esta falacia de inconsistencia, este argumentum ad ignorantiam, en verdad no es más que un síntoma: el subproducto residual de una preocupante (pues va en creciente) crisis de egocracia en un segmento del sector de las políticas nacionales del libro. Siguiendo a Vattimo –y acaso reduciendo una formulación más general de sus teorías–, en este tipo de funcionariado el egócrata se encuentra en estado permanente de guerra, disparando a todas partes, como un “intento de extender el propio poder sobre los demás, [cosa que lo] lleva a eliminar la otredad o a sujetarla a los propios intereses” (Hacia una lectura hermenéutica de la equidad, Proyecto de investigación para la Universidad de la Gran Colombia de Libia Patricia Pérez, 2017). Ojo a eso. Los egócratas, atrás.
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeBgCirQW0ii9o240Xwc6cJjH3bCMpL_GcYsUCYR3iQIaMecXBJABSW_3ez-R3cxCgQtn8otwVv0-Kck75mRJFEoAW3NC0RH-pqeeuFMqgy0LUInmHW7v-9SwPB337vjmx_zafyR2_YHI/s2048/logo+edi.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="1971" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeBgCirQW0ii9o240Xwc6cJjH3bCMpL_GcYsUCYR3iQIaMecXBJABSW_3ez-R3cxCgQtn8otwVv0-Kck75mRJFEoAW3NC0RH-pqeeuFMqgy0LUInmHW7v-9SwPB337vjmx_zafyR2_YHI/s320/logo+edi.jpg"/></a></div>Ante el reciente fallecimiento de Lawrence Ferlinghetti, uno de los más agudos poetas-editores, dicha pretensión (reducir la valía de un poeta en funciones de editor) produciría más sonrojo que estupor. Muy por el contrario: el trabajo a escalpelo de la palabra en verso hizo grandes editores a poetas como Carlos Barral, T. S. Eliot o Cesare Pavese. Y abundan los nombres notables con estas características: Octavio Paz con Vuelta, James Laughlin con New Directions. Y ni hablar de mestizajes más confusos y profusos, como el de ensayista-editor-escritor-y-traductor propio de polígrafos insignes y cercanos como nuestro Pedro Henríquez Ureña.
En una mezcla de contento y chasco, reincidentemente he sido ese poeta-editor. Por ejemplo, de revistas con José Alejandro Peña muy a principios de los 80. Fui también editor responsable de varios boletines del taller literario César Vallejo en la UASD (84-86). Y acometí en los 90 la mayor de las audacias: fundé mi propia editorial, llamada Cantus Firmus que, desde Nueva York, publicó para Iberoamérica al cubano José Kozer, y a los uruguayos Eduardo Espina y Silvia Guerra, para eclipsarse justo preparando libros de los dominicanos Alexis Gómez Rosa y Carlos Rodríguez. Sudé la miel más acre corrigiendo galeradas, componiendo, midiendo bien el lomo, eligiendo la portada, el cromatismo exacto, un logo. He creado, además, la editorial Libros de Viento y Borra, y dirigido la Colección Autores Dominicanos de la editorial española Amargord. Y esa fue mi plataforma cuando el destino me convocó para reconducir la nave de los locos de una editora estatal, con lo que se me anexaban el reto de la gerencia efectiva, la brega con océanos de egocentrismo y la gestión de una industria cultural. Así, me correspondió dirigir la Editora Nacional del Ministerio de Cultura (fundada en 2002), con un equipo fluctuante y reducido, por 12 largos años (2004-2016), durante los cuales construimos un catálogo de alrededor de 800 títulos a pura sangre, sudor y páginas, para un promedio de 5 libros al mes, prácticamente uno a la semana. Me sobrecoge pensar que, en la misma franja de tiempo, escribí y publiqué 11 de mis propios libros (ninguno en la Editora Nacional), tres de los cuales fueron premiados. Parece que el editor sí podía ser poeta, y el poeta editor, sin desmedrar ninguna de sus ocupaciones.
Oficio muy difícil el oficio de editor. Oficio muy jodido, como literalmente me advirtió el editor-escritor Avelino Stanley. Pero oficio de dar a luz las letras, brindarle lumbre al conocimiento. Una especie Oficio de Tinieblas, si se quiere, a propósito que corren tiempos de cuaresma y cuarentena: Oficio de Tinieblas era aquella ceremonia católica de la Semana Santa, para memoria de la muerte de Jesús, en la que se utilizaba un candelabro de 15 velas (tenebrario), las que luego se iban apagando hasta dejar el templo a oscuras tras el canto de los salmos, quedando encendido sólo el cirio principal, como símbolo de la existencia inextinguible de nuestro Redentor.
Hacer la luz eterna sobre el Verbo, y que resalte un libro en las tinieblas, desde su anonimato. Eso sería editar, “el más grande, más terrible y más bello de los mundos posibles, desafortunadamente un libro, nada más que un libro” (Maurice Blanchot, en El libro que vendrá.
Imagen: Logo de la Editora Nacional 2004-20016, creado por León Félix Batista.
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-47902442832194683592020-12-22T14:23:00.001-08:002020-12-22T14:23:33.250-08:00DESCARGAS GRATUITAS DE POESIA<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7fyzqE3xr3_1eRgUzOnwHBX6C-ePYtHVHRt8Nv5TnJeGayxwuL02DZvqEz3zN9LxbcxgfCMa5TGPZUw2xG8tA22SAhhRg_tqUtlojSxLPrzCM77xovUwO-ke3WtZ1T3_Z1nhhH3wDN7w/s1149/confi.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="1149" data-original-width="720" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7fyzqE3xr3_1eRgUzOnwHBX6C-ePYtHVHRt8Nv5TnJeGayxwuL02DZvqEz3zN9LxbcxgfCMa5TGPZUw2xG8tA22SAhhRg_tqUtlojSxLPrzCM77xovUwO-ke3WtZ1T3_Z1nhhH3wDN7w/s320/confi.jpg"/></a></div>
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1. "Regreso del asombro" de Juan Manuel Roca.
https://bit.ly/2H6FBsU
2. “Entre las manos” de Yolanda Castaño.
https://cutt.ly/YolandaCastanoEH
3. “Tiempo de la noche” de Nataša Sardžoska Sarsowski.
https://cutt.ly/NatashaSardzoskaEH
4. “Barro de mi propio barro” de Osvaldo Sauma.
https://cutt.ly/OsvaldoSaumaEH
5. “Al final de la niebla” de Fabio Castillo.
https://cutt.ly/FabioCastilloEH
6. “Metal de los adioses” de Alfonso Fajardo.
https://cutt.ly/AlfonsoFajardoEH
7. “Una tierra de luz” de Keijiro Suga.
https://cutt.ly/KeijiroSugaEH
8. “Así estamos hechos” de Sylvie Marie.
https://cutt.ly/SylvieMarieEH
9. “En la noche hundida” de Samantha Barendson.
https://cutt.ly/SamanthaBarendsonEH
10. “En la soledad del nuevo día” de Xavier Oquendo Troncoso.
https://cutt.ly/XavierOquendoTroncosoEH
11. “Las piedras encendidas” de Ellen M. Taylor.
https://cutt.ly/EllenMTaylorEH
12. “Conjura contra el sol” de Fabricio Estrada.
https://cutt.ly/FabricioEstradaEH
13. “Devoción al caos” de Rommel Martínez
https://cutt.ly/RommelMartinezEH
14. “Para saciar el miedo” de Yolany Martínez Hyde.
https://cutt.ly/YolanyMartinezEH
15. “Contemplación de frío” de Martín Cálix.
https://cutt.ly/MartinCalixEH
16. “Paisaje del caos” de Luis Filipe Sarmento.
https://cutt.ly/LuisFilipeSarmentoEH
17. “Antes del final” de René Morales.
https://cutt.ly/ReneMoralesEH
18. “Sobre un puñado de ceniza” de Alejandra Solórzano.
https://cutt.ly/AlejandraSolorzanoEH
19. “Caminante de la noche” de Melissa Merlo.
https://cutt.ly/MelissaMerloEH
20. “Cicatriz en la piel de marzo” de Marko Pogacar.
https://cutt.ly/MarkoPogacarEH
21. “Bajo tierra” de Brane Mozetic.
https://cutt.ly/BraneMozeticEH
22. “En voz baja” de Grazyna Wojcieszko.
https://cutt.ly/GrazynaWojcieszkoEH
23. “El día olvidado” de Ahmed Al-Mulla.
https://cutt.ly/AhmedAlMullaEH
24. “Otros tiempos” de Emilio Coco.
https://cutt.ly/EmilioCocoEH
25. “Detrás de las ventanas” de Violette Abou Jalad.
https://cutt.ly/VioletteAbouJaladEH
26. “Solo entonces” de Inger-Mari Aikio.
https://cutt.ly/IngerMariAikioEH
27. “Íntimas estaciones” de Edda Armas.
https://cutt.ly/EddaArmasEH
28. “Lugares inciertos” de Francesca Randazzo Eisemann.
https://cutt.ly/FrancescaRandazzoEisemannEH
29. “El cielo comienza en las raíces” de Marisa Russo.
https://cutt.ly/MarisaRussoEH
30. “La muerte abreva aquí” de Tudor Cretu.
https://cutt.ly/TudorCretuEH
31. “El mundo entra en ti” de Milena Ercolani.
https://cutt.ly/MilenaErcolaniEH
32. “No somos más que pájaros” de Silvia Goldman.
https://cutt.ly/SilviaGoldmanEH
33. “Hacia la luz” de Gabriel Chávez Casazola.
https://cutt.ly/GabrielChavezCasazolaEH
34. “En ningún lugar” de Héctor Hernández Montecinos.
https://cutt.ly/HectorHMontecinosEH
35. “Herrumbre de los días” de Berman Bans.
https://cutt.ly/BermanBansEH
36. “Pequeños milagros” de Claus Ankersen
https://cutt.ly/ClausAnkersenEH
37. “Música Ósea” de León Félix Batista.
https://cutt.ly/LeonFelixBatistaEH
38. “Habitar la luz” de Lucy Cristina Chau.
https://cutt.ly/LucyCristinaChauEH
39. “Materia de la noche” de Kris Vallejo.
https://cutt.ly/KrisVallejoEH
40. “Tristumbre” de Rafael Soler
https://cutt.ly/RafaelSolerEH
41. “Un árbol invisible” de Francoise Roy.
https://cutt.ly/FrancoiseRoyEH
42. “Frutos prohibidos” de Diana Araujo Pereira
https://cutt.ly/DianaAraujoPereiraEH
43. “Otra piel” de Héctor Ñaupari.
https://cutt.ly/HectorNaupariEH
44. “Delirio sin sentido” de Nigar Hasan-Zahed.
https://cutt.ly/NigarHasanZadehEH
45. “Caudal del origen” de Luis Alberto Ambroggio.
https://cutt.ly/LuisAmbroggioEHLeón Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-66847440209896038132020-12-22T14:14:00.001-08:002020-12-22T14:14:27.799-08:00EL PALACIO MAKANDAL DE MANUEL RUEDAEL CANON ACCIDENTAL
León Félix Batista
EL PALACIO MAKANDAL DE MANUEL RUEDA
Como en todo gran poema, hay por los menos tres entradas principales al constructo literario “Makandal”: se consigue entrar en él vinculándolo a los grandes relatos poéticos nativos; se pueden visitar sus verbalmente lujosas y múltiples habitaciones desde la perspectiva del discurrir poético del propio autor; o penetrar en él por vía de sus descendientes literarios. El Palacio Makandal, “nombre de lo escondido y lo innombrable”, posee por esta misma condición también muchas ventanas, varias puertas secundarias, sótano, zaguán, altillo, etc. Puede por tanto ser en principio analizado como discurso constructor del mito identitario nacional, con las metodologías de la Literatura Comparada y la Preceptiva Literaria, o desde la teoría poética de la Angustia de las Influencias , así como desde múltiples otras aristas no menos significativas que estos tres primario vestíbulos teóricos.
La última de todas estas puertas abre también a las moradas en que residen los lenguajes de relevantes poetas contemporáneos, abre a la simiente lírica de Rueda. Una vez me referí con amplitud a ello, y lo repito aquí:
Es precisamente el creador del pluralismo, Manuel Rueda, [dije entonces] el padre genitor por una vía u otra de los tres poetas dominicanos más importantes de la actualidad: Alexis Gómez Rosa, Cayo Claudio Espinal y José Enrique García. Gómez Rosa, lo mismo que dos o tres [otros poetas], contrajo el pluralismo (cuya inoculación –como por vía del zancudo– fue tan fugaz en la década citada [los 70] como en el panorama literario general, salvo, como se verá más adelante, en Cayo Claudio Espinal y desde éste a Noé Zayas y al novísimo Víctor Saldaña). Tales mudanzas las ejecutará Alexis Gómez Rosa a lo largo y ancho de su trayectoria literaria. Este curioso poeta proteico nos sirve de ejemplo en la diagnosis: ya antes había sido cantor contestatario; después trabajaría el haiku y el concretismo hasta parar a cierta especie de neo-postumismo de sus últimos libros, versión actualizada (en amalgama) del ideario criollizante, salvo que el sujeto, en este maremoto de la verbalidad, se ubica en tierra isleña y también allende sus acantilados, además de contener [y desbordar, diría hoy] una pinta de barroco y neón de la ciudad.
Cayo Claudio Espinal (verdadero homo sintaxier, como quiso Mallarmé) también arranca de las aperturas pluralistas en su importante primer libro, Banquetes de aflicción, pero luego se convierte poco a poco en el teórico (y con la praxis, claro está) del Movimiento Contextualista: escritura “cuyo eje creativo central se mueve a través de géneros, artes y textualidades diversas”, según explica: afinidades manifiestas con la escritura plural. Su más reciente libro, La mampara (2002), es el texto más ambicioso jamás escrito, me atrevería a decir, en nuestra historia literaria, un verdadero acontecimiento de pulsión lingüístico-imaginativa: collage de contextos que incluye teatro, ciencia, ensayo sociológico, cómic, estadísticas, narración, fotografía, en sus 395 páginas.
José Enrique García, por su parte, rescata la herencia del Manuel Rueda más sereno, dado menos a los quiebres del significante. Ese remanso que se empeña en decir, evocar y describir desemboca, sorprendido, en el relato. Si algo lo distancia de Gómez Rosa y Espinal es su rechazo al feísmo y a la experimentación: mas, si algo los vincula es un común interés por la épica (en Alexis la barrial, en Cayo Claudio la de los próceres y en José Enrique la del hombre común en contacto con el mundo natural); aunque, siendo preciso, la escritura de ninguno de los tres atenta contra el sentido. (León Félix Batista: Cebar a Can Cerbero [de la poesía dominicana actual] Revista Alforja #33, México, verano 2005)
La segunda puerta da, directamente, a ver en este libro –el último que publicara Rueda– como el culmen de la obra de una existencia letrada, puesto que, tal y como señalara en su momento el crítico y narrador José Alcántara Almánzar “Las metamorfosis de Makandal representa la culminación de la carrera poética de Manuel Rueda, quien es el gran innovador de la lírica nacional, con una conciencia de modernidad que se manifiesta desde sus primeras obras.” (En la revista Ciencia y Sociedad, Volumen XXIII, Número 4, octubre-diciembre 1998)
Otro batiente de esta puerta abre a una tentativa manifiesta: el mito Makandal cernido en el tamiz autobiográfico. Y es que, según declara José Rafael Lantigua, “El poeta no sabe cómo llegó Makandal a sus sueños, quién le inoculó su veneno, el torbellino de su nombre, quién le mostró en la duermevela de sus instintos y de sus querencias a ese ‘dios desnudo de los laberintos’, entre tías que acompañaban en Montecristi su infancia de mar y sal, y cerca de un Haití de donde provenía aquel ‘ángel del harapo’, que fue el dios de sus fantasías”
Es decir que estamos frente a un libro supremamente íntimo en cuanto a visión del mundo, ideología y credo. De ahí que la figura legendaria del François Makandal viviente (esclavo, cimarrón, rebelado contra sus amos blancos y oficiante del vudú, según Moreau de Saint-Méry), sirva de pivote a Rueda tanto para recuperar el bucolismo de la infancia como para la provocación (al Poder político y a la agenda de ocultación racial en los discursos de fundación nacional) que en esencia constituye este poema. No es simplemente cifra y símbolo de la negritud negada y el soslayo de la haitianidad latente, sino también vehículo de apóstrofe y querella contra la codicia político-económica: baste recordar el gran desfile de ratas del Palacio Makandal: La rata nacional / de pie sobre su ratonera / la rata de bicornio / la rata tartamuda / la rata epiléptica / la rata ciega. ¿Qué podemos hacer, se pregunta el poeta, con tantas ratas de minucioso tránsito / por los pasillos del Palacio? Inventarse otro Palacio, pienso yo: un palacio de poesía edificado en un lenguaje desmitificador y lúcido, rebelde y cáustico.
Pero al entrar por la primera y ancha puerta de los relatos poéticos nativos, encontraremos que Las metamorfosis de Makandal marcha a la par de otros poemas de altísimo nivel, como Hay un país en el mundo de Pedro Mir, Compadre Mon de Manuel del Cabral, o Yelidá de Tomás Hernández Franco, con el último de los cuales –tal y como se verá en este análisis y señalara José Rafael Lantigua, uno de sus primeros en recensionar el libro– guarda un vínculo profundo . Es en el tempo de escritura y de publicación donde se torna complejo el impulso comparativo con el resto de los relatos mitopoéticos nuestros: no sólo es que Las metamorfosis de Makandal fuera publicado en 1998 (mientras que Yelidá, Compadre mon y Hay un país en el mundo lo serían a una distancia de 5 décadas o más: en 1942, 1943 y 1949 respectivamente), sino que además fue el último libro escrito por Manuel Rueda.
Con Yelidá obtuvimos antes un discurso épico de nuestro mestizaje, planteado desde la mitología, y en un despliegue asombroso de concisión simbólica. Como sabemos, el “muchacho noruego blanco y rubio” Erick, “mitad tritón y mitad ángel como todos los muchachos de la playa” zarpa hacia las islas, en las que termina amando a una “grumete hembra del burdel anclado hecha de medianoche a toda hora”, la negra mamasuel Suquiette, posteriormente madán Suquí. “Y así vino al mundo Yelidá” (Cfr. Yelidá, coedición de la Editora Nacional / Editora Ángeles de Fierro, Colección Poesía Esencial Dominicana del Siglo XX, Santo Domingo, 2006), por la mixtura seminal de dioses nórdicos, escandinavos, con dioses de la mitología afro-antillana que produjeron una especie de Eva híbrida, caribeña y madre de una nueva raza. Obviamente, el radio del poema Yelidá es tan amplio como una teoría que procurara conceptualizar (en este caso poetizar) lo étnico. Sin embargo, es evidente que, al colocar el cable en tierra dividida, en esta isla en colisión constante, el poema de Hernández Franco se convierte en precedente del poema de Manuel Rueda partiendo del matiz de “sujeto fronterizo” que define a Makandal, ya no como racial-mulato sino como presencia libérrima y ubicua en la insularidad geográfica.
Alcántara Almánzar así lo comprendió, porque tuvo que acceder al Palacio Makandal por dos distintas puertas cuánticas al mismo tiempo:
El Makandal plantea [dice el crítico] uno de los temas recurrentes en la trayectoria poética del autor: la isla partida en dos, condenada a las desventuras de una tierra en la que se enfrentan sin cesar sus dos mitades. (…) Es a través de la conciencia del rayano –testigo de entes culturales opuestos y al mismo tiempo complementarios– que se filtran los elementos de un universo animista, compendio de todos los sincretismos posibles. Makandal es justamente un milagroso rayano, el demonio de la frontera, un brujo mandinga, un animal-hombre, que es capaz de transformarse, alternativamente, en ave, pez, mamífero, batracio, camuflando su identidad en otras identidades subhumanas (Op. Cit)
No obstante, y de acuerdo con Néstor Rodríguez, este aspecto es todavía más profundo, pues “…el proyecto estético que informa la poesía de Rueda puede analizarse en términos de su carácter subversivo con respecto al ideal de una cultura uniforme de raíz hispánica. En Las metamorfosis, el ser nacional que privilegia el etos dominicano es sustituido por un sujeto que no se aviene a la rigidez de las configuraciones. El resultado obligado de semejante propuesta es la plasmación de un espacio cultural alterno desde el cual se puede vislumbrar un sujeto dominicano afincado en la conciencia de la diversidad.” (En “Manuel Rueda, el exorcista del cuerpo insular”, en INTERPOSICIONES. Santo Domingo: Zemí, 2019. pp 19-25)
El propio Manuel Rueda parecería adelantarse a esta lectura de su texto cuando previene que éste es un “libro de las fronteras, anverso y reverso de una geografía enloquecida”: Espíritu de las dos tierras y los cuatro mares, de los mil vientos que te llevan y te traen de la existencia al no-ser, del fuego a los deslumbramientos de tu nada (…) Tierra ninguna o tierra una, parto de isla de donde el sol nace en unos cielos que no han de dividirse. (Cfr. Las metamorfosis de Makandal, introito “MACANDAL. MAKANDAL. MACKANDAL.”, Banco Central de la República Dominicana, Santo Domingo, 1998).
De modo que el Makandal / animal-hombre / tendido en carne y rugido / en cauce líquido y en veta sulfurosa, el Makandal de los barrancos con luna no sabe a quién pertenecerle en esta isla de dos memorias (…) con sus costas eslabonadas en una sola hendidura de la roca.
Néstor Rodríguez sigue a Rueda en su sondeo, y horada más allá, dilucidándolo:
Manuel Rueda escarba en la mitología nacional haitiana y extrae de ella uno de sus mitos de fundación con la idea de problematizar la presunta naturaleza homogénea de la identidad cultural dominicana. (…) En la obra de Rueda la isla constituye la metáfora fundamental, rasgo que vincula Las metamorfosis a una tradición de la pervivencia en la literatura antillana, y que consiste en el relato de una insularidad como elemento retórico primordial de cara a la articulación de un discurso de la nación (Op. Cit.)
Y, bueno, ya con esta afirmación salimos por la puerta principal por la que habíamos entrado al Palacio Makandal: aquella por la que este libro acaba siendo, en otra escala temporal, un basamento lírico para el ser nacional equiparable al resto de los relatos mito-poéticos dominicanos.
Queden pues para otros escenarios una posible amplificación en su estrategia escritural, estilo, estructura, niveles léxico-semántico y retórico: esos son otros umbrales. El reto es rastrear ahora a Rueda entre las nuevas propuestas poéticas dominicanas, pero por otras puertas.
(Diario Acento, 19 de diciembre 2020, https://www.acento.com.do/opinion/el-palacio-makandal-de-manuel-rueda-8894111.html?fbclid=IwAR30aFDy_t_Y34ogTmiWGkWcs43tFht8LN-PAo3MNRhFGYXfdakAh9JoUFg)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwVE6dVGaA_fJnlJS7wufSNhn_9qgHYA-X_TJ3ZLOBY6Jg_X9R7sqliBdO8MdpsQ-Prc5UBnabgvC-vuOisnPwhBpNn4Mxv4BQkKidPrnvVLUPOZYFHo1hNuwZ-7f81BKSGiBhtTA2P5k/s1376/mak.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="1376" data-original-width="720" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwVE6dVGaA_fJnlJS7wufSNhn_9qgHYA-X_TJ3ZLOBY6Jg_X9R7sqliBdO8MdpsQ-Prc5UBnabgvC-vuOisnPwhBpNn4Mxv4BQkKidPrnvVLUPOZYFHo1hNuwZ-7f81BKSGiBhtTA2P5k/s320/mak.jpg"/></a></div>
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-73250079298837201192020-12-16T06:32:00.001-08:002020-12-16T06:32:38.552-08:00Un miércoles alciónico<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTfVcS4LL2e7Bjz1FYn8dWfgMMAdp0Ir9lyHFJnBY2Z8jM9NZoJL-NI_rRBvk4u5osemyClsW0pXa_6KeY2Je358tsvCwZMByuLg_8d2TUz9XvJecAMQTdmBs9w7fH6S5v_0tFpxDHq1I/s807/carita.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="807" data-original-width="526" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTfVcS4LL2e7Bjz1FYn8dWfgMMAdp0Ir9lyHFJnBY2Z8jM9NZoJL-NI_rRBvk4u5osemyClsW0pXa_6KeY2Je358tsvCwZMByuLg_8d2TUz9XvJecAMQTdmBs9w7fH6S5v_0tFpxDHq1I/s320/carita.jpg"/></a></div>, en mitad de una pandemia que arroja miseria y mortandad, Amargord anuncia que este libro salió de imprenta en Madrid.
"En tiempos míticos, Alcyone, hija de Eolo, y su esposo Ceyx fueron castigados por haber usurpado el nombre de Zeus y Hera.
El castigo consistió en convertirlos en alciones, ave de gran belleza también conocida como "martín pescador".
Pero, a diferencia del Dios vengador del Antiguo Testamento, los dioses griegos solían compadecerse de las desdichas ajenas. Así, Zeus y Eolo decretaron que los siete días anteriores y los siete días posteriores al solsticio de invierno tuvieran un estatus especial: los animosos vientos dejarían de soplar para que los alciones, pájaros venerados en diversas culturas, pudieran construir sus nidos y, de esta manera, evitar que la tempestad destruyera sus huevos.
Nietzsche habla de los días alciónicos. Los alkyonídes hemérai, días de extraña calma y mortecina luz que invita a la interminable madeja de tranquilidad y desasosiego. Mar en calma de invierno, preñado de extraños presagios. Cuánto tiempo me queda. Días de iluminación también, en donde es posible que se entreabran, siquiera por un instante, las puertas del cielo. Demasiado rápido como para reconocer el rostro de Aquiles.
Días de esperanza para todos los que, pase lo que pase, siguen adelante y no miran atrás. Los que desesperan o simplemente se reinventan todos los días. Aquellos cansados de ver la tierra que no cambia y ya sólo aguardan un milagro. Prematuramente envejecido de tanto soñarlo día y noche, va y se produce.
Tal vez en días alciónicos como estos.
Martin Rasskin"León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-5881011266110306592020-09-17T07:27:00.003-07:002020-09-17T07:32:13.441-07:00DELIRIUM, DE LEÓN FÉLIX BATISTA, PARA DESCARGAR GRATUITAMENTE<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLYeCEPELaIDLxBdNMeUOya5zVD5thog9LImObKFesIQfC6zWSV7YoxBR_sKtca-XqA4q5kYuZHp5gIRRaz-HJn24OawUQDMm1X4asDDgXZ8s6_vnYrBfdkq6xutg6xv8XupJz8i2CAcU/s789/CARITA+DELIRUM.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="789" data-original-width="526" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLYeCEPELaIDLxBdNMeUOya5zVD5thog9LImObKFesIQfC6zWSV7YoxBR_sKtca-XqA4q5kYuZHp5gIRRaz-HJn24OawUQDMm1X4asDDgXZ8s6_vnYrBfdkq6xutg6xv8XupJz8i2CAcU/s320/CARITA+DELIRUM.jpg"/></a></div>
Delirium (Proyecto Literal, Colección Instante Fecundo, México, 2020), con prólogo de Rocío Cerón.
<b>Gramática del cuerpo entero</b>
Si hablar es una boscosa geografía, <i>Delirium</i> es la floresta casi completa. Placer verbal, fruto encarnado en palabras que sudan y exhalan. Palabras imán, versos cueva, minas de palabras que contienen yacimientos de goces: espacios bífidos, cuerpos circulares (a la manera davincheana). Este es un universo discursivo y estético de corte seminal, es decir, donde se funda un nuevo orden de articulación y de mirada hacia el mundo.
No es un libro fácil, no es un lugar cotidiano, y sí, a la vez. Es una historia que se entreteje, que apenas se deja entrever. Estamos ante un abecedario que deletrea estancias carnales, un cierto gozo por las moléculas del lenguaje: música hecha texto o texto que signa un canto, ritmo donde hay mucosas y valvas, donde las regiones del cuerpo son partituras. Más de cien textos que recogen una herencia que va de Lezama Lima a Perlongher, cubriendo zonas y texturas con ecos de un neobarroco neoposmoderno cercano a un lúcido Kozer o a un puntual Echavarren.
Diccionario que omite dos letras, una clave en el habla mexicana o peruana: la CH, de chupar (“mamacita, chúpame ésta”), o de chancar (cuerpo sobre cuerpo, en arrumaco deseoso) y la LL de llenura, llamarada o llano (“cuerpo llano que levitas en mi lengua”, decía un poeta insular). Gramática del que comprende, a cabalidad, que el deseo o el cuerpo del deseo siempre será más apetitoso a la hora de la evocación, a la hora de su ser ficcional.
Este es un libro-delirio, de una capacidad singular de apoderamiento del lenguaje. Un circo mental donde las construcciones de cada verso son maquinarias exactas. Sentido y reflexión, puntos cardinales de <i>Delirium</i>, como lo es también el espíritu lúdico, pero no por ello menos mental que recorre el poemario.
Estamos ante un mapa, una geografía friccionada donde las capas tectónicas del lenguaje se aposentan en un nuevo estado. Fricción, cuerpo sobre cuerpo de una palabra sobre la otra. Discurso de quien alucina, ve espejismos, quiebra pieles, desnuda recuerdos, trae de vuelta a las chicas de la escuela, a sus curvas y miedos.
<i>Delirium </i>es arrollador porque no cede: página a página el lector se ve obligado a volcarse entre las protuberancias, entre los pliegues. Aquí, entre estos versos de pelvis, ojos o cerviz, hay que andarse a tientas para no caer ante los cuerpos derribados, ante los corceles sin jinetes en el coxis.
Gozadura de goznes, selva y bosque emparentados, en este libro se arriba a buen puerto. Pero no a un puerto de descanso, de certidumbres: se llega a espacio de placer verbal, de extrañamientos y dislocaciones del mundo ordinario y de vuelta a él desde los juegos y decantaciones del lenguaje que ha construido León Félix Batista, quien se ha metido de cabeza, de pies –es decir, de cuerpo entero–, en un continente epidérmico donde hacer yunta entre literatura y realidad sólo es posible cuando, como él mismo dice en el poema Orgía, las pupilas van “tramontando los encajes”.
<i>Delirium</i> es, en definitiva, un libro personalísimo y seductor.
<b>Rocío Cerón
Ciudad de México. </b>
https://www.academia.edu/44100492/Le%C3%B3n_F%C3%A9lix_Batista_Delirium_Proyecto_Literal_Coleccion_Instante_Fecundo?fbclid=IwAR3yTvFFuknbvKq2Ke7oQV_K6OPD9FO2szF4Pk25iC7itz8c-T_NJiZHxwo
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-39537014740776409782020-08-27T08:29:00.000-07:002020-08-27T08:29:36.269-07:00Réquiem por El Teórico-Cómo que Jimmy se murió? Pero si ayer estuvimos conversando!<br />
Eso alcancé a decir, antes de ser invadido por la pena. Es impactante que charles casi a diario con un amigo con el que pocas veces conversabas... y se muera de repente. Y es que, precisamente ayer, miércoles 26, presentaríamos el Diálogo Interactivo "La herencia cultural dominicana", en torno a la edición del Diccionario Cultural Dominicano que editáramos en 2017. Salvo Carlos José Peña, participaríamos todos: Jimmy Sierra, Reynaldo Disla, Héctor Martínez y Leonel Fernández (a quien más bien veríamos llorar frente al cadáver de su amigo y maestro Jimmy). <br />
Antes de emigrar a Nueva York en 1986, no conocí al Teórico Jimmy Sierra más que por referencias. Ello a pesar de varios puntos en común, comenzando por el arte, la universidad y la barriada de Villa Juana, donde viví un par de años en la calle Paraguay, apenas a una esquina del histórico Club Mauricio Báez. Pero da la casualidad de que nunca he practicado baloncesto (imagínense a un asmático corriendo 40 minutos sin parar por una cancha): lo mío era el beisbol, esperando en el right field algún batazo "alitraniao" que cayera por allí. La otra cosa es que jamás me ha interesado la política, y me mantuve al margen de las ideas de izquierda (como de las religiosas), alarmado por el carácter de fanatismo que suele caracterizarla. El mundo para mí pasaba por el filtro del poema. Y las únicas ideas atractivas eran las filosóficas.<br />
Tampoco a mi regreso al país en 2004 conocí a Jimmy en lo inmediato, sino mucho después, cuando me lo encontraba con algún común amigo, como Reynaldo Disla o Alexis Gómez Rosa. Luego sí fuimos amigos, con una amistad forjada al fuego de las profundas diferencias de criterio y las confrontaciones metodológicas que tuvimos, cuando fui convocado por el presidente Fernández para la edición final del mencionado Diccionario. El Teórico, digámoslo, no era un tipo fácil, y podía y sabía conducir al más alto nivel su idea de las cosas. Yo no soy nada difícil -excepto si se trata de que un libro quede lo mejor editado posible. Y así, entre disputa y disputa, pasábamos del combate verbal a la charada lúdica, inteligente y sana. Qué maravilla de persona era Jimmy! Cuánta cultura embutida en una sola cabeza!<br />
Supe después que él, desde su posición privilegiada de amigo de infancia del presidente Fernández, le sirvió de pivote a mucha gente con necesidades de algún tipo. Yo nunca tuve que apelar a él por nada, y tampoco hubiera podido, ya que -repito- sólo intimamos mucho más tarde. Me alegro de eso, porque en nuestra relación nunca medraron otros intereses que no fuesen los meramente intelectuales.<br />
Los últimos aportes a nuestro vínculo personal fueron bastante ricos. Yo publiqué en Facebook la imagen de un libro de Domingo de los Santos, poeta de mi barrio ido a destiempo. Y contaba que en mis pininos había co-fundado un Taller Literario con su nombre. Por la muerte prematura de Domingo, su biografía siempre nos resultaba oscura, hasta que en ese post Reynaldo citó al Teórico, recordando que habían sido amigos. Y entonces Jimmy vertió allí, de nuevo, todo ese caudal de anécdotas y datos que acumulaba en su prodigiosa memoria sobre Domingo de los Santos y sobre tantas cosas. Con pena añado que Jimmy prometió entregarme ayer copia de los cuentos inéditos que escribió De los Santos, más una reproducción fotostática de sus libros de poemas. Ya no podrá. Maldita muerte.<br />
Empiezo a comprender, justo ahora, la dimensión del mundo que se me mantuvo oculta por no haber conocido a Jimmy Sierra a tiempo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV5-8a4bCUMwU6RZ0bf-IQdz_ZK5NC0IBaPmVhNm0Wa7OORGkRofToZC8gPhdzsn7bZ7iEd_KzxuDdEgSoWIuakLkk7irG6-npniAEx0SKx4Y7SkNtkU_YslosqLLmmWi3Yjm8kHCWcR4/s1600/dicc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV5-8a4bCUMwU6RZ0bf-IQdz_ZK5NC0IBaPmVhNm0Wa7OORGkRofToZC8gPhdzsn7bZ7iEd_KzxuDdEgSoWIuakLkk7irG6-npniAEx0SKx4Y7SkNtkU_YslosqLLmmWi3Yjm8kHCWcR4/s400/dicc.jpg" width="400" height="242" data-original-width="660" data-original-height="400" /></a></div>(Imagen de la presentación del Diccionario Cultural Dominicano, 9 de octubre de 2017, Auditorio Juan Bosch de la Biblioteca Nacional)León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-3220317583785552102020-08-27T08:26:00.000-07:002020-08-27T08:26:28.684-07:00MÚSICA DE 15 AÑOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmecYppgfvUEhpyxVBR6INeXtYHtQQnfpeKJdcWwnwhwB0bqetjdMJqREVWvrE0unGuteJW8L8d9xcx97e1QQUgUUvAaJEEv47c0eODn1Wdj_rmrQWm6fiOVShozFe3c6v-5r88l6AFtE/s1600/mama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmecYppgfvUEhpyxVBR6INeXtYHtQQnfpeKJdcWwnwhwB0bqetjdMJqREVWvrE0unGuteJW8L8d9xcx97e1QQUgUUvAaJEEv47c0eODn1Wdj_rmrQWm6fiOVShozFe3c6v-5r88l6AFtE/s320/mama.jpg" width="207" height="320" data-original-width="1034" data-original-height="1600" /></a></div>Me acaba de contar por teléfono mi madre (a la derecha en esta foto de 1956) una curiosa anécdota. Ese día, un domingo, ella cumplía 15 años de edad, y su amiga Juanita -vecina suya además en la calle Abreu, barriada de San Carlos, Santo Domingo- la invitó a acompañarla caminando hasta las instalaciones de Radio Televisión Dominicana, no muy lejos, en Villa Consuelo.<br />
Juanita, natural de Santiago, había sido empleada para realizar labores domésticas en casa de los artistas Josefina Miniño y Papa Molina. Terminadas las relaciones laborales, quedó pendiente un pago, y la joven decidió ir a buscarlo al cercano canal de TV donde Molina tocaba música, en vez de transportarse hasta la casa, situada a mayor distancia. Además, su amiga (mi madre) cumplía 15 años, y ella quería agasajarla con un helado.<br />
De modo que vistieron sus mejores galas de domingo, llegaron al lugar, y preguntaron por el señor Papa Molina. El prominente músico le dijo, compungido, que había dejado el efectivo en casa, donde se suponía que Juanita fuera a recogerlo en cualquier momento. Pero, Papa -hombre sensible, honesto, artista-, no quiso que el viaje hubiera sido en vano, y le ofreció su costoso reloj de pulsera. Juanita agradeció enormemente el gesto, pero no lo aceptó: al fin y al cabo que no era una emergencia, y en la semana pasaría por la plata por el hogar Molina-Miniño. Papa, todavía preocupado, le extendió la friolera de 50 centavos para la “carrera” (taxi) de vuelta sus hogares de las jóvenes. Juanita aceptó, me cuenta mi mamá, pese a que vivían cerca, pero estaba pendiente la promesa de comprarle a su amiga, por su ágape, un helado en la avenida San Martín.<br />
Y hacia allí se dirigieron. Consumieron sus helados, felices de existir madurando como frutas en Ciudad Trujillo. Luego mi madre dijo que deseaba tener al menos una foto que recordara sus 15 años de joven pobre en ropas elegantes. Así que entraron a un estudio fotográfico. Pero la foto costaba 20 centavos, y mamá sólo tenía 10. A Juanita le sobraron justamente 10 centavos después de la consumición de helados, de modo que el costo total quedaba ya cubierto. Posaron, sonrieron, y se fueron ondeando sus vestidos caminando hasta San Carlos, aromando las miradas masculinas como flores anheladas e intocables.<br />
Eso explica por qué hay dos jóvenes hermosas y fragantes en la foto, pese a que sólo una era la cumpleañera.<br />
Poco tiempo después, Juanita regresó de San Carlos a Santiago, y mi madre y su familia se mudaron a la calle Barahona en Villa Consuelo, apenas a 5 cuadras de Radio Televisión Dominicana. Nunca se volvieron a ver. Tan sólo queda un nombre, una foto, una anécdota, y un testimonio de la gran sensibilidad que caracterizó a Papa Molina (Moca, República Dominicana, 19 de diciembre de 1925–Santo Domingo, 5 de agosto de 2020), cuya reciente muerte resucitó este recuerdo en la memoria de mi querida madre, a sus casi 80 años.León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-16661025402042848472020-08-09T18:09:00.000-07:002020-08-09T18:09:45.069-07:00DISCURSO INAUGURAL 4to. FIP SANTO DOMINGO 2017<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7yk-NC7RyUwm9bf8y5i57b7FemV_zl0i6tAgoF09NgHntfLItkpq0RwABeBGT6LdVs3cVbWh2mvtU1s7NqfBImvyMA4gOMOwXojjAXOlKgIgvCSCifonCQzNEePKBVjj13s22DlgQIc8/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7yk-NC7RyUwm9bf8y5i57b7FemV_zl0i6tAgoF09NgHntfLItkpq0RwABeBGT6LdVs3cVbWh2mvtU1s7NqfBImvyMA4gOMOwXojjAXOlKgIgvCSCifonCQzNEePKBVjj13s22DlgQIc8/s320/2.jpg" width="320" height="180" data-original-width="777" data-original-height="437" /></a></div>La poesía es la más alta realidad: la expresa, muestra, significa, logrando superar las fronteras de nuestra materialidad. Y no es tan solo otra realidad, acaso complementaria, sino precisamente la de mayor magnitud y trascendencia: aquella que parece con su peso específico poder combar el tiempo para sumarle espacio a nuestras vidas, marcadas por el yugo de lo cotidiano, de lo llano, de lo que parece útil, productivo, y que a la larga sirve solo como rampa de deslizamiento hacia la muerte anónima y sin trascendencia alguna. <br />
Lo que persigue un evento en torno a la poesía como el este, nacional e internacional, no es más que persistir en esa idea, en un intento de remoción de los escombros de los derrumbamientos de la vida diaria y en el afán de recordar que el hombre y la mujer son más que cuerpos que pasan por pasar. Porque creemos en eso es que, luego de un período de forzoso receso, se relanza hoy el Festival Internacional de Poesía de Santo Domingo, que ha sido organizado por el Ministerio de Cultura desde 2007, el cual se constituyó en el primer festival poético dominicano en tener un gran impacto nacional e internacional, habiéndose colocado a la par de fiestas de la poesía similares en Iberoamérica como las de Medellín (Colombia), México, Granada (Nicaragua), El Salvador, Argentina, Brasil, Venezuela y otras naciones y ciudades, que llevan ya varias ediciones, entre otros de importante estatura cultural en el ámbito iberoamericano. En su momento el nuestro fue el evento poético por excelencia de toda el área del Caribe. Por decisión expresa y visionaria del señor ministro Pedro Vergés, volvemos a montar el Festival, 10 años después del primero, y atiborrado de novedades, renovado, dedicándolo además, en busca de prolongar su memoria y su palabra, al poeta Luis Alfredo Torres, quien alcanzaría un espacio prominente en nuestra ciudad letrada, como miembro de la importantísima Generación del 48.<br />
El FIP 2017 retoña basado en los siguientes objetivos, entre varios otros: <br />
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Divulgar la vida y la obra del poeta Luis Alfredo Torres.<br />
Incentivar, a través de la palabra y la memoria poéticas, la creatividad, la conciencia de la belleza y la justicia, así como la importancia de la cultura participativa en nuestro sistema democrático.<br />
Contribuir al encuentro, la interacción, el intercambio de ideas y la creación de vínculos sostenibles entre culturas y poetas de distintas generaciones y países.<br />
Estimular el encuentro o reencuentro de la poesía con el público.<br />
Promover la importancia de la lectura creativa en la educación pública y privada.<br />
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Esta edición del FIP cuenta con la presencia de más de 30 poetas, provenientes de 10 países: Argentina, Colombia, Cuba, Ecuador, El Salvador, Estados Unidos, España, Haití, Puerto Rico, República Dominicana y Uruguay, cubriendo de ese modo 2 continentes y 3 lenguas, así como Norte, Centro y Suramérica y el Caribe.<br />
Nuestros poetas nativos se integrarán con nuestros invitados extranjeros para realizar Lecturas en: -4 Provincias (Baní, La Romana, Santiago, Provincia de Santo Domingo) y el Distrito Nacional. Las locaciones para las lecturas serán, o mejor, son desde ayer: -Centros Educativos -Bibliotecas -Centros Culturales -Universidades -Espacios públicos y -Medios de transporte urbano. <br />
Mas no solo de lecturas de poesía vive un Festival. En tal virtud, el contenido del evento incluye Poesía musicalizada, Conversatorios, Puestas en circulación de libros, Distribución de afiches con poemas, Charlas, Distribución de CDs con poetas en sus propias voces y Talleres de escritura.<br />
La concreción de los citados objetivos se pretende obtener a través de la implementación de distintas innovaciones en el desarrollo de la programación del evento: por ejemplo, a los talleres de escritura y ambientación literaria previos al evento que fuimos desarrollando en centros educativos del Distrito Nacional y de la Provincia de Santo Domingo, hay que adicionar, como novedades absolutas, las lecturas de poesía que haremos en el Metro de Santo Domingo, haciendo honor al concepto de Poesía en Movimiento y la participación, como justo esta mañana, de conversatorios y lecturas en programas de televisión en directo con los poetas invitados. <br />
Otra de las actividades de sello peculiar será un Taller de Escritura Curativa, que dictará el poeta, ensayista y terapeuta de origen uruguayo Víctor Sosa, dirigido sobre todo a personas que hayan vivido una experiencia crítica o traumática, como pueden ser la violencia doméstica, social o por causa de los fenómenos atmosféricos que suelen azotar nuestros países. El objetivo primigenio de este taller es propiciar un tipo de curación por medio de la expresión escrita. <br />
Finalmente, y por primera vez, el evento se inaugurará en la ciudad capital, pero la clausura será en la ciudad de Santiago, cubriendo de ese modo las 14 provincias de la Región del Cibao, después de que hayamos llevado nuestras voces al sur y al este de la isla.<br />
El Comité Organizador, presidido por el ministro Vergés y compuesto por Cayo Claudio Espinal, Viceministro de Creatividad y Participación Popular, Ediltrudis Pichardo, Viceministra para la Identidad Cultural y Ciudadanía, Alexis Gómez Rosa, Director General del Libro y la Lectura y quien les habla, León Félix Batista, Director del Festival Internacional de Poesía, nos sentimos complacidos de invitar al país cultural a esta fiesta de la palabra más alta, de la más alta realidad: la poesía. <br />
“Alta Realidad” de modo justo tituló, lúcidamente, Luis Alfredo Torres un libro suyo de 1970. Luis Alfredo, el poeta paria, el poeta abandonado por la sociedad, escribiendo sus poemas entre bellos y estridentes desde sus habitaciones en pensiones de mala muerte, desde fondas de comida muy barata y apoyado en el bastón de sus últimos años por las calles de Santo Domingo. Luis Alfredo, quien si alguna torre tuvo habrán sido los opúsculos grapados que imprimió, Dios sabe si escritos a la luz de los crepúsculos. Luis Alfredo, tan alejado del sur barahonero que lo viera nacer como de las hiper ciudades de New York y California donde creció, educó y formó. Luis Alfredo, cantando a Proserpina en la ciudad cerrada de intramuros y el oscuro litoral del río Ozama desdibujándose a sí mismo por sus grandes gafas de sol hasta de noche. Luis Alfredo Torres, ese enfermo lejano, que cantaba y cantaba hasta morir sentado, como lírica cigarra, en un banco de hospital en Ciudad Nueva. Tan frágil, Luis Alfredo, que hubo que buscarlo bajo la delgadez de su camisa con su propia linterna sorda. Y tan grande Luis Alfredo que la cruda realidad, la dura realidad, pudo hacerla más alta, pudo habitar en ella, por medio de la alquimia del poema.<br />
Comienza el baile de las letras, hagámoslo permanecer pues, como nos dijera Luis Alfredo Torres en su “Canto a Proserpina”: <br />
<br />
es justo que cantemos y gocemos <br />
"porque seréis saciados". <br />
<br />
LUIS ALFREDO TORRES Nació en Barahona, el 18 de octubre de 1935, y falleció en Santo Domingo el 1 de mayo de 1992. Fue poeta y periodista. Cursó la educación primaria en su pueblo natal y la secundaria en New York, en la Long Island City High School. También siguió estudios de Comunicación Social en el Instituto de Periodismo de Los Ángeles, California, ciudad ésta donde fue jefe de redacción del semanario bilingüe El Despertar Americano. En 1958 retornó a la República Dominicana integrándose inmediatamente a las actividades culturales, periodísticas y literarias. Laboró como columnista y redactor de los diarios El Caribe y La Nación. Perteneció a la Sociedad de Escritores Dominicanos, al Ateneo Dominicano y al Grupo del 48. Realizó una extensa labor de difusión cultural a través de la revista Ahora y fue uno de los fundadores de la revista de arte y literatura Testimonio. Su poema “Canto a Proserpina” figura entre los textos clásicos de la lírica nacional. Publicó los siguientes libros de poesía: Linterna sorda. Santo Domingo: Editorial Atenas, 1958. 31 racimos de sangre. Santo Domingo: Editora Comery, 1962. Alta realidad. Santo Domingo: s.n, 1970. Los bellos rostros. Santo Domingo: Editorial Horizontes de América, 1973. Canto a Proserpina. Santo Domingo: s. n., 1972. Ciudad cerrada. Santo Domingo: Editora Tribuna Hispánica, 1974. El amor que iba y que venía. Santo Domingo: Impresora Ángel, 1976. El enfermo lejano. Santo Domingo: s. n., 1977. Oscuro litoral. Santo Domingo: Impresora Ángel, 1980. Antología poética. Ediciones de la Biblioteca Nacional, 1985. En 2006 el Ministerio de Cultura (entonces Secretaría) publicó a través de la Editora Nacional, y en coedición con Ángeles de Fierro, “Canto a Proserpina y otros poemas” (Colección Poesía Esencial Dominicana del siglo XX)<br />
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(NOVIEMBRE DE 2017)<br />
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León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-90488246236781294512020-08-09T13:50:00.002-07:002020-08-09T18:00:05.585-07:00FRANK BÁEZ, POETA DEL MONTÓN (SEGUNDO ROUND) 10 de octubre de 2012 a las 20:51 Querida comunidad de escritores dominicanos y extranjeros: En ocasiones, con tal de mantener el ranking, debe uno contender con poetas del montón (chatas, sparrings torpes), como el “hombrecito” Frank Báez, peso semipesado y fofo de mi país. Algunos de ustedes presenciaron el primer round de su pelea sucia, irrespetando las reglas del combate, difamando, empleando golpes bajos y manipulando al referí. Pero lo cuento de nuevo, para los que no lo conocían: PRIMER ROUND Cuando llego a principios de 2012 a Madrid a presentar mi libro “Caducidad” (Amargord, Colección Transatlántica 12), me entero, por voz viva de mi editor, de que “un tal Frank Báez, ¿lo conoces?, le escribió a una poeta española, que era una vergüenza que publicaran a León en España”. Me sorprendió el golpe, lo reconozco, porque no había escuchado la campana que llamara a combate, ni habíamos chocado los guantes. Y, sobre todo, porque nunca he hablado absolutamente nada, ni bien ni mal, del tal Frank Báez, poeta que no me interesa precisamente por su mediocridad literaria y sus intereses estéticos pasados de moda. Esa vez no lo denuncié públicamente, sino que simplemente se lo conté a algunos amigos. Luego uno de ellos, Dei Galán, le dijo a Ariadna Vásquez, poeta amiga de ambos, la jugada sucia del tipo, y ésta se lo refirió, claro, negándolo él radicalmente y a través de Facebook. No me importó que lo negara, porque me bastaba con que él supiera que yo sabía de su jugada. Y en su fuero interno Frank Báez sabe que es verdad eso de haber intentado boicotear mi publicación. Por eso cito nombres propios. Esto se confirmó luego cuando Báez habló pestes del poeta de su generación Luis Reynaldo Pérez al editor costarricense Juan Hernández, dueño de “Germinal”. Luis Reynaldo había propuesto un libro para edición, y sin más ni más, fue desestimado por Hernández, sospechosamente boicoteado por el Báez y/o su socio Juan Dicent, uña y carne de Hernández. El caso es que me entero porque Hernández, ante una propuesta de Luis Chaves, me pide un libro para publicármelo, y en esas conversaciones me habla del caso Luis Reynaldo (testigo directo del mismo día en que Hernández me pide por email un libro). (Presento a ustedes el email con la propuesta de Hernández, el 25/05/2012: mira si soy despistado que juré que te había escrito sobre tus libros. busqué el mail y vi que no. los dos me gustaron. me gustaron bastante. me costó mucho llerlos, eso sí. como hablé con chaves, tu poesía es jarcor, no es para maricones como chaves y yo que estamos acostumbrados a la poesía light. Pseudolibro lo leí unas cuatro veces y las notas realmente me sacaron las canas. En principio me lo llevé al banco mientras hacía fila y a los pocos minutos supe que era un libro que no podía leer en la calle, debía leerlo en la casa, calmado, con café y un cigarro. a todo esto, me gustó tu propuesta estética. y cuando te digo que me gustó quiere decir que veamos la posibilidad de que me enviés un trabajo de unas cincuenta página de poemas. en la primera tratá de poner título, nombre, sin hay epígrafes y agradecimientos. decime cómo lo ves y me decís. fuerte abrazo, Juan. Editorial Germinal) Y aquí viene el siniestro segundo round… SEGUNDO ROUND Hace unos días le envié, finalmente, una antología trabajada de mi obra a Germinal. Y, sorpresa, en un diálogo por Facebook salen el Báez y el Dicent, aparentemente molestos de que Juan vaya a publicarme. Comienza, supongo, la labor de zapa, hasta que hoy recibo este penoso email de Juan Hernández (lo copio con todo y faltas ortográficas): “Por lo general, cuando la gente se distancia o toma bando dice "no es personal". En mi caso sí lo es. Aunque en mi caso, León Felix Batista, trato de no ser amigo de los que publico porque son cosas aparte, en el fondo sé que eso es mentira. Con los años me di cuenta que publico amigos y pierdo dinero por los amigos. Me gusta la literatura y punto. Pero así como me gusta la literatura me gustan los amigos y al final meto las manos en el fuego por ellos, tengan o no la razón. Yo mismo soy una persona complicada. He amenazado de golpes a varios, me paso por el culo de manera pública y en actos al gobierno, a la Cámara del libro del país, a las librerías, me paso por el culo de todo y hago, a veces, los peores comentarios del mundo en público. Me encanta oler perico y me he levantado travestis. Mis amigos siempre meten las manos en el fuego por mi. A nivel político ni se diga. Más de 17 años de militar con el anarquismo, no con la izquierda, con el anarquismo. En fin. Por las razones que sean, confío a siegas en los amigos y siempre, aunque sepa que me van a romper la cara en un bar porque otro le toco el culo a la chica de un desconocido, siempre me voy a meter a defenderlos o apoyarlos sin preguntar nada. Si varios amigos me han hecho comentarios dudosos sobre vos y tu labor en el gobierno, no lo voy a averiguar, simplemente me aparto porque confío en ellos y les creo. Es una decisión personal, como todas las que tomo. Sé que los platos sucios se lavan en casa. Yo termino siempre lavando los de todo lado. Sin resentimientos, pero mi lealtad es lo único (creo) bueno que aún conservo. De verdad no espero una respuesta, solo que entendás por qué mejor corto con vos en mi vida personal. Juan Hernández” Esta es, para mí, prueba evidente de las manipulaciones, distorsiones, suciedades y mezquindades del hombrecito Báez. Y también evidencia la reacción torpe de Hernández (tan distinta de la de mi editor en España), que existen editores inteligentes y perspicaces y editores que simplemente carecen de amplitud de miras. ¿Cuáles son esos “comentarios dudosos sobre mí y mi labor en el gobierno”? ¿Sabe el pobre Hernández en qué condiciones trabajo yo en el gobierno, contra qué intereses publico poetas importantes y a cuántos jóvenes, entre ellos este estúpido de Báez, he publicado? Frank Báez ha querido hacer una carrera literaria no leyendo ni escribiendo libros importantes, sino escalando sobre los hombros de poetas que somos más importantes que él. Pertenece a una generación posterior a la mía, y nosotros deberíamos poder entender que necesita diferenciarse. Pero, ¿por qué así, con tanta bajeza? Yo no ando diciendo a nadie que Frank Báez es un plagiario pobre de poetas conocidos. Ni que se la ha pasado esquilmando a su compañero Homero Pumarol, poeta de verdad, aprovechando que vive en una nebulosa de humos raros. Tampoco he dicho a nadie que este payaso Báez, con su camisita a cuadros y su pelo sin recortar (a imitación de su modelo Luis Chaves, poeta también de verdad), es un oligarca disfrazado de poeta libertario, empleado de la Fundación Global del expresidente de la República Leonel Fernández, plataforma que utiliza para agenciarse viajes y relaciones. Conozco incluso a alguien que tiene un estudio comparativo, verso por verso, de los plagios que hace Frank Báez. Pero a nadie cuento estas cosas porque 1) no me importa Báez, me importo yo y 2) porque nunca hablo mal de ningún poeta dominicano, aunque sea tan mediocre como Frank Báez. El ha dicho y escrito infinidad de agresiones contra mí, y nunca le he contestado, puesto que su afán es hacerse famoso a costa de ello. No me llenan, confieso, enemigos tan mínimos, que no aportan ni siquiera sangre legal al combate, sino que la extraen por medio de puñaladas traperas… Desde aquí envío un perdón a Juan Hernández (se lo merezca o no). Al fin y al cabo es una víctima de Báez y sus secuaces, y ha tenido el tino de publicar en Germinal a escritores tan importantes como Luis Chaves, Luis Negrón, Zingonia Zingone y Hernández Montecinos. También porque me importa un bledo no publicar en Germinal (es acaso más importante que Aldus o Amargord?), al fin y al cabo él fue quien me pidió un libro a mí, cosa que hacen muchas otras editoriales. Juan Hernández y Germinal se pierden tenerme en su catálogo y ganan la contaminación de publicar la obra de seres mezquinos como Báez y Dicent. Buena suerte, pues, Juan! En fin, que escribo esta nota para dejar claro que tenemos, en el medio dominicano, un energúmeno malévolo, capaz de azuzar los perros del descrédito contra cualquier poeta que no sea él mismo (fíjense si ha intentado que publiquen a Homerito en el extranjero: NO, porque se enterarían de a quién copia y a quién esquilma y de cuál sombra se arrima). También supongo que cada país tiene su propio Frank Báez, su propio mediocre manipulador. Por eso lo denuncio, porque basta, porque ha hecho esto mismo con varios poetas ya, con gente que no tiene la apostura y seguridad en su obra como yo, porque hay gente inocente que le cree honesto, porque destruye reputaciones, porque falsea su imagen, porque lee muy poco y escribe peor, porque tiene seguidores y aduladores hipnotizados por su verbo espurio, y para que estén alertas los que aún no lo conocen a profundidad. Ojo con este farsante de Frank Báez, que el santo es de palo!!!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2RS-bPYSIBbXABcT72bniACErWGne-2Bjiwo-yUefElubIZDQSj7wROCabZ130XBqth4kKcGZNUry1BKfQ3EfjOrHhsYY5rhhboj8nyvXHaIx3XCwIaDfjwfrFHbQA5W0ENm8glwgj4/s1600/baba.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2RS-bPYSIBbXABcT72bniACErWGne-2Bjiwo-yUefElubIZDQSj7wROCabZ130XBqth4kKcGZNUry1BKfQ3EfjOrHhsYY5rhhboj8nyvXHaIx3XCwIaDfjwfrFHbQA5W0ENm8glwgj4/s320/baba.jpg" width="213" height="320" data-original-width="333" data-original-height="500" /></a></div>León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-70413055719551631112020-03-04T13:56:00.000-08:002020-03-04T13:56:00.509-08:00METÓDICA DESORDEM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjibC_VvbgYux68mVhXNQvyZfEyp5OZvmDCeuo0JOswUUYLOZzpl33z9BvpuFh_xnHd-bKX59bp9UTIUKorMcEv22eJtcT05GOTt3Z-7-hw85FOpS23AjfLgwNxqmsDZvvBLw-fhKCIZd0/s1600/po.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjibC_VvbgYux68mVhXNQvyZfEyp5OZvmDCeuo0JOswUUYLOZzpl33z9BvpuFh_xnHd-bKX59bp9UTIUKorMcEv22eJtcT05GOTt3Z-7-hw85FOpS23AjfLgwNxqmsDZvvBLw-fhKCIZd0/s320/po.jpg" width="196" height="320" data-original-width="573" data-original-height="935" /></a></div>André Dick <br />
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Lançado pela editora Olavobrás, o livro Prosa do que está na esfera traz ao leitor brasileiro a primeira mostra de poemas de León Félix Batista, nascido em 1964 na República Dominicana. A tradução para o português, fiel ao experimentalismo do original, é de Claudio Daniel e Fabiano Calixto. Se Claudio já havia traduzido Eduardo Milán e José Kozer, entre outros, trata-se da primeira incursão de Fabiano como tradutor, por meio de um poeta não apenas desconhecido como também instigante. Isso porque León rompe a linearidade que estamos acostumados a ver, ao seguir na contramão de uma lírica coloquial, focada no cotidiano, optando pela analogia e desfazendo limites entre a prosa e a poesia. <br />
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A obra em questão se caracteriza por trazer uma cadeia de pensamentos a princípio desconexos, ou seja, sem aparente unidade, que carregam uma inflexão lingüística diferente tanto do vocabulário quanto da percepção poética comuns. Leitura difícil, à primeira vista áspera, Claudio, sem procurar rótulos, percebe nela “insólitas associações de palavras”. Contudo, mesmo ao lidar com a analogia (a “religião” da poesia moderna, para o insuspeito Octavio Paz), a sua linguagem, construída de forma complexa, não encobre a materialidade das palavras. São insólitas as associações, caracterizadas pelo emprego inusitado de metáforas; de resto, estamos diante de um autor que prima pela forma e atrai para seu entendimento o leitor. Cabe a este controlar a dispersão dos panoramas trazidos por cada poema, à medida que transforma a multiplicidade num caminho a ser incorporado na unidade. Com essa característica, Prosa do que está na esfera não trabalha com idéias em que predomina o excesso sem rigor. <br />
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Quando Claudio observa que León extrai seus objetos do cotidiano imediato e os remodela como “seres de linguagem”, ele já está apostando na idéia de que, na posição autônoma, esses seres (objetos ou as palavras que os representam), livres para adotar o caminho da analogia, delineiam uma “violência verbal”, e esta, com sua ruptura consciente, elimina o exagero. Recolhendo vestígios de memória, detritos do mundo, o melhor do trabalho de León - e isto não é um elogio ligeiro - parece ser filtrado por palavras que, distintas entre si, aprofundam ainda mais sua estranheza com a releitura, através dessa ruptura. <br />
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CICATRIZES TEXTUAIS - Quem tiver o pocket book de León à mão pode imaginar que, por ser escrito em forma de prosa, deixa de ser um livro de poesia. Equívoco aceitável, já que não estamos acostumados com terrenos híbridos. O texto de León, bastante imagético, ao observar o tom e o peso de cada vocábulo, controla, sob um olhar crítico, o que poderiam ser alucinações processadas por uma escrita automática. É como se ele construísse uma “metódica desordem”, e quisesse organizar uma “desordenada sucessão de circunstâncias”. Nesse terreno híbrido, as analogias elaboradas, não raro violentas, responsáveis pela referida “violência verbal”, procuram a cisão e acabam compondo o painel de um desastre que busca recolher seu cacos, painel por finalidade desautomatizado. <br />
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Resulta disso, também nessa corrente de reflexão, a preferência desse autor do novo barroco por imagens negativas. Seu interesse principal é selecionar os resíduos expelidos pela realidade autodestrutiva: “que farei para dilatar irredimíveis vias mortas”; “se desgastam meus músculos de comando” (em “Sissy’s velvet toolbox”); “O rio das pernas (acidente coagulado) ao correr produz náuseas”; “a decomposição se espessa e carboniza” (em “O banho das núpcias”); “A cada salto sucessivo, em toda fuga da margem, rigores ambiciosos que fecundam em minhas chagas” (em “Prosa do que está na esfera”); “E nem o olho nem a lente calarão sua massa em crise, confinando-a a sua insólita imobilidade” (em “Bianca Jagger depilando-se ante a Warhol”, título, ressalte-se, bastante insólito). Perceba-se que o corpo, para León, é uma prisão em que a dor permanece conscientemente. Na entrevista ao final do livro, essa idéia se esclarece através do depoimento do autor, ao comentar seus problemas de saúde, sobretudo na infância: “Nasci e cresci enfermo”. Não queiramos solucionar, é claro, a poética do presente autor através de problemas pessoais, mas, como vemos, a doença física acompanha sua própria postura de desaparecimento e não poderia deixar de existir em sua escritura. <br />
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Em outro poema que nos serve de bom exemplo, “Clandestinos em Strawberry Fields, León observa que seu corpo é um cadáver (como Paul Celan, aliás, definia a palavra): “Se haveremos de crer em minha sinopse (e o eclipse de artifício assim o indica) dois corpos se destacam no ermo: pretérito que o texto desenvolve em porvir. O meu é como um lastro que me subtrai de erguer-me, já cadáver e em vulgar obsolescência”. <br />
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Ainda recém-nascido, trazendo suas cicatrizes textuais, Prosa do que está na esfera certamente é apenas a primeira incursão desse jovem poeta dominicano no Brasil. Integra-se a novas leituras ou discussões adequadas ao interesse de sua obra, em relação ao novo barroco, por instigar uma reflexão sobre a linguagem. Resta, desta vez, saber se dessa reflexão conseguiremos separar a desordem sem método, tão comum na poesia insuficiente, indisposta com qualquer traço experimental, da metódica desordem, seja em decomposição, seja com náuseas e chagas por vezes incômodas.<br />
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André Dick é poeta e ensaísta, autor do livro Grafias (2002). [Especial para Weblivros]<br />
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-82259967957614060782020-02-25T08:55:00.000-08:002020-02-25T09:36:57.088-08:00DE LO BUENO QUE ES DECIR MALAS PALABRAS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF0QwgahbNOwBVAwD62CLZFAZMz__gddEn8WyJd4PUFiPMIaCOwUf6-Ob3gdHH3n-06XNyAIeSbAQA4mMCUeuCFU7bPvDORcMBGs1ZxFLalMNNusyB4w-_F2hoQJFR9Or2cNklCCdIeUI/s1600/unes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF0QwgahbNOwBVAwD62CLZFAZMz__gddEn8WyJd4PUFiPMIaCOwUf6-Ob3gdHH3n-06XNyAIeSbAQA4mMCUeuCFU7bPvDORcMBGs1ZxFLalMNNusyB4w-_F2hoQJFR9Or2cNklCCdIeUI/s320/unes.jpg" width="213" height="320" data-original-width="640" data-original-height="960" /></a></div>Muy buenos días. He sido invitado a estar con ustedes hoy para hablarles sobre la importancia de la lengua materna y la diversidad cultural. Y se me ha ocurrido darles mi opinión sobre lo bueno que es decir malas palabras.<br />
Me serviré para esto de las preguntas que se hace el escritor argentino Roberto Fontanarrosa: ¿por qué son malas las malas palabras?, ¿quién las define como tales? ¿Quién y por qué?, ¿quién dice qué tienen de malo algunas palabras?, ¿Será que acaso las malas palabras abusan las buenas, las patean, las empujan?, ¿son malas porque son de mala calidad, es decir, que cuando uno las pronuncia se deterioran? ¿o son malas palabras aquellas que, cuando uno las utiliza, tienen actitudes reñidas con la moral?” (Roberto Fontanarrosa, http://congresosdelalengua.es/rosario/mesas/fontanarrosa_r.htm)<br />
Espero que ustedes y yo podamos responder a estas preguntas, si no hoy, mínimamente, abandonar esta biblioteca con la intención reflexionar cómo es eso de que cosas tan abstractas como las palabras, cosas compuestas de sonidos y caracteres, no de puños para golpear, puedan ser buenas o malas.<br />
Para mí que las palabras no son buenas. Para mí, las palabras tampoco son malas. Malas o buenas podrían ser las personas que las utilizan, muchas veces para ofender, maltratar, denigrar, destruir o difamar. Otras veces es el otro el que se abroga el derecho de calificar de malas nuestras palabras, con el avieso propósito de que nos callemos y no gritemos nuestra verdad. Lo cierto es que decir malas palabras es muy distinto a decir palabras obscenas o soeces.<br />
El gran filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein solía repetir que el significado de las palabras está determinado por el uso que les demos. Las cosas y los hechos que refieren las palabras casi siempre son múltiples, al menos producen más de un sentido. Por ejemplo, una “mesa redonda” no es únicamente una superficie material plana de forma circular, sino además una reunión en la que se tratan o negocian determinados asuntos, lo cual tiene muy poco de material y sí mucho de concepto y abstracción.<br />
Por otro lado, es evidente ya para cualquiera que calificativos como “terrorista” o “delincuente” aplica a personas totalmente opuestas entre sí. Dependerá de quién haga el señalamiento y la calificación (o descalificación). En estos días, por ejemplo, un condenado por tráfico de drogas llama ladrones a otros, como si tal cosa, como si pudiera haber niveles en los actos delictivos. De modo que es el contexto, el instante y el sujeto que las dice los que otorgan sentido a las palabras. Y ese sentido es muchas veces “malo”.<br />
Lo cierto es que si uno intenta conocer a fondo su lengua materna, llegará a entender la maldad o la bondad de las palabras son relativas y, en consecuencia, podría uno reconocer cuándo está siendo engañado a través del uso de la lengua, así como podrá entenderse con el otro que es distinto a uno, pero que sin dudas hace que uno sea lo que es. Esa relatividad de las palabras va unida con la rica diversidad cultural bajo la cual vivimos.<br />
El poeta francés Stephane Mallarmé llamaba a “dar un sentido más puro a las palabras de la tribu”. “Purificar las palabras de la tribu consiste en “mirar” más allá de lo que ellas directamente dicen; no detenerse en la realidad a la que, de entrada, nos remiten.” (http://www.uam-antropologia.net/pdfs/ceida/alt8-3-diaz.pdf). En ese sentido, creo que el dominio de nuestra lengua materna es esencial para entender nuestro entorno, para entendernos nosotros, para entendernos entre todos. No se trata sólo de comunicación y expresión: esto implica comprender, y comprender arrastra a su vez la posibilidad de cambiar las cosas. <br />
Antes de la muerte de Cristo la crucifixión era el castigo más bajo y denigrante posible para un ser humano. A Jesús, de hecho, lo flanqueaban dos ladrones crucificados junto a él. Lo que ha pasado desde entonces y dos mil años después es que uno de los símbolos más puros de la cultura occidental, y más allá, es la cruz. Ahí tenemos una prueba de que es posible transformar una mala palabra en buena con nuestras buenas acciones.<br />
En su libro autobiográfico “La heredad y las palabras’’ el poeta francés Claude Esteban, hijo de español y francesa, narra las múltiples dificultades que tuvo en su formación escolar, por ser un niño bilingüe. En la escuela todos los otros niños consideraban como una anomalía que pudiera él hablar en dos idiomas, y a veces mezclarlos sin querer. Eso lo singularizaba, lo hacía DISTINTO. He ahí una prueba ahora de cómo ser diferente podría una mala palabra. El niño Esteban sentía que “al hablar español uno experimenta, casi materialmente, la sensación de tener como un pedazo de realidad en la boca”. (pag. 111). Pero nosotros no debemos tener miedo a ser distintos, diferentes. DIFERENCIA debe dejar de ser una mala palabra. Nada de malo puede tener que te llamen “cerebrito”, por ser el más inteligente de tu clase, o que te digan GORDO o FLACO porque pesas un poco más. Así como una niña no se ofende porque la llamen BARBIE para señalar que es la más bella, ninguno de nosotros deberá ofenderse porque si usamos lentes nos llamen CUATRO OJOS. Esas condiciones no nos hacen mejores ni peores. Lo mejor de nosotros está dentro, y debemos exigir que los demás nos juzguen por eso bueno que tenemos.<br />
Hay palabras de todo tipo que otros dicen que son malas. NEGRO, por ejemplo. Una de las experiencias más asombrosas ha sido ver, durante mis 20 años de vida en Nueva York, la carga de polos opuestos que tiene el sustantivo “nigger”, variación de “negro” en el idioma inglés. En el ámbito afroamericano un nigger es el nigger de otro, es su hermano. Pero que alguien de otra raza llame nigger a un negro puede desencadenar una desgracia, ya que tiene un sentido altamente peyorativo y ofensivo. Entre nosotros, llamar “mi negro, mi negra” a alguien querido implica afecto profundo. <br />
HAMBRE es una buena palabra para el agiotista, el negociador que nos vende los alimentos a sobreprecio, para el productor que los elabora sin la cantidad proteínica adecuada. HAMBRE es una buena palabra para el político que busca nuestro voto prometiendo acabar con ella. ¿Y por qué hay que acabarla? Porque, por otro lado, la palabra HAMBRE es una mala palabra, una palabra que designa uno de los grandes males de la Humanidad. Hay que decir lo más alto que uno pueda esa mala palabra: el mundo padece hambre, y exigimos que le sea saciada. <br />
Otra mala palabra bastante buena es ATREVIMIENTO. El atrevido deja de ser el que falta el respeto a sus mayores, para pasar a ser “el que se atreve”. Atrévanse, jovencitas y jovencitos, a cambiar sus realidades, a procurar ser mejores ciudadanos. Aprópiense del habla pública, y hagan de los discursos dominantes las palabras de su tribu. Es su lengua materna: ámenla, estúdienla, conózcanla, enriquézcanla.<br />
Si malas palabras son aquellas cargadas de significados que irritan a los poderosos, yo los invito, jóvenes, a decir y a escribir malas palabras constantemente, hasta que convirtamos este mundo en que vivimos en el mejor de los mundos posibles. <br />
MUCHAS GRACIAS<br />
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(Charla motivacional a estudiantes y docentes de la Red de Escuelas Asociadas a la Unesco en República Dominicana, durante la Celebración del Día Internacional de la Lengua Materna, viernes 20 de febrero de 2015)<br />
León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-8415187781529531572019-05-12T09:10:00.001-07:002019-05-12T09:10:17.121-07:00La memoria del “Próximo pasado”<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHpx_v7OA5HSJnfBV8OK-rQiFzceqXSmSg7335wmUrmwHxGQGYEh-ne7VNTshyqjHiQDz809cWPQEl6F9ttOI8y8MKe3Dq86PBt7d3n3cycYeA2XtLdm-Egc2glHOyw7E4jYFf6ZuxCk/s1600/se.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHpx_v7OA5HSJnfBV8OK-rQiFzceqXSmSg7335wmUrmwHxGQGYEh-ne7VNTshyqjHiQDz809cWPQEl6F9ttOI8y8MKe3Dq86PBt7d3n3cycYeA2XtLdm-Egc2glHOyw7E4jYFf6ZuxCk/s320/se.jpg" width="320" height="204" data-original-width="960" data-original-height="612" /></a><br />
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Por: José Angel M. Bratini<br />
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El libro “Próximo pasado”, publicado en septiembre de 2018 por la editora Praxis, de México, y presentado este año en la Feria Internacional del Libro de Santo Domingo, es resultado de lo que su autor, León Félix Batista, define como “mala práctica poética”. Su mal hábito consiste en andar fusionando libros, en este caso, la “mixtura-excritura” entre los poemarios “Mosaico fluido” (2006) y “Un minuto de retraso mental” (2014).<br />
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En ambos libros el autor ochentista (entiéndase el contexto dominicano) se despoja de la prosa configurada en su cajita central, donde condensa su acostumbrado estilo neobarroco para darnos una lectura más despejada a través del verso.<br />
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En un esfuerzo por comprender este padecimiento encontramos síntomas de esta idea, años atrás, a principio de siglo, cuando salió a la luz su “Burdel Nirvana”. Habla el poeta en sus “Dracones draconianos” de las “formas mixtas” fluyendo hasta confeccionar el traje perfecto, “sin fisura que dimane su interior”.<br />
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La estructura de este “Próximo pasado” está dada por pequeñas composiciones organizadas en pares, en una secuencia de reloj que marca de cero a cincuenta y un segundos. Uno por uno sus cien poemas revelan cien serenidades, aunque sólo sea una aparente calma, pues el mar brama en el oído matemático del poeta.<br />
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Resaltamos aquí la música y el ritmo, sueltos en el instinto, en persecución de la belleza. Las estrofas, como antillas de un mar entrópico, se agrupan de a dos, tres y más versos. Se observa, en su distribución, la espontaneidad del verso libre, sin embargo hay noción latente de métrica, diluida pero visible.<br />
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León Félix, que sepamos, jamás ha medido sus versos antes de escribirlos, está absuelto del cargo que acusa sus líneas de estar dotadas de simetría. Tras un rastreo ligero hemos detectado, por expresarlo de alguna manera, estribillos rítmicos de arte mayor que resuenan entre estrofas compuestas por heptasílabos y octosílabos, sin asomo de rima por ninguna parte; todo está logrado a fuerza de ritmo y densidad metafórica.<br />
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León sigue siendo barroco, es su signo, su estilo por excelencia. Pero en este libro notamos que nos ha dejado una rendijita de esa ventana que da hacia el sentido. Se nos muestra ligeramente más conciso, el verso parece sugerirle economía de palabras, he aquí, según inferimos, que el poeta afina su oído para lograr la simetría y la sonoridad sosegada de estos breves poemas.<br />
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Casi todo lo mencionado anteriormente es un intento de explicar aspectos exteriores del texto en cuestión, más adentro está el tiempo como constante temática, la memoria fluida en destellos, quemada en la brasa, leño a leño hasta formar una hoguera de recuerdos, un big-bang con destreza de demiurgo, reconstruyendo la fugacidad del pensamiento anclado en esos momentos desbordados por su enigma, sus “vacíos evocados”.<br />
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A Víctor Hugo le atribuyen la frase que reza: “El recuerdo es vecino del remordimiento”, pues son las experiencias más duras las que se estampan de manera más permanente, dejando en cicatrices el relieve de una vida golpeada por los avatares de la adversidad.<br />
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En “Próximo pasado” hay memorias que llegan con ahorcadura, “sumando cataplasmas” a “una vida que uno mide / en horas de niebla”, por hablar en su lenguaje. León fija el recuerdo como creación y recreación de un universo propio, único, que ya ha sido, dice el autor: molido por el “reloj dentado”, monstruo antropófago, el tiempo de los hombres, la historia, traducida al lenguaje de fuga que es la poesía.<br />
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En la concepción trágica del pasado están las fibras sensibles, la humanidad del hombre, su fin. León se refiere a estos duros recuerdos como “reinado de aridez”, se descarga contra ellos en adjetivos contundentes como “el episodio puro”, el “nefasto pleamar”, por decir de algunos casos.<br />
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La seguridad está en la experiencia, el poeta se apodera de ella, encuentra sus acentos para proporcionar el tono, lo brinda, seguro de su visión; sabe que en el presente todo es confuso, la duda traza el laberinto donde la vida se torna encrucijada, y el destino una incertidumbre.<br />
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Norberto James tiene un verso que dice más o menos así: “Desde el principio todo fue foráneo, ajeno”. Esta línea subraya cómo nos diluimos cuando todo comienza, en su transcurrir hasta ignorar que todo cuanto nos ocurre nos construye, y nos acompaña. Es al final cuando la vida es más nuestra, más interna, con heridas profundas, dolorosas; toda esa sustancia transmutable en el signo de la palabra.<br />
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(Imagen: José Angel M. Bratini, León Félix Batista y Carlos López durante la presentación del libro. Fuente de este escrito: Periódico El nacional, https://elnacional.com.do/la-memoria-del-proximo-pasado/?fbclid=IwAR1vTNiDDXwwlr-Kh-07eFQBWnM9Qw46yGPKBw5qn-Ak1ki3B6o6aKuao_M)León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3012666514737060944.post-1320133761780014372019-04-11T15:47:00.001-07:002019-04-11T15:47:09.221-07:00Pseudonota 1 de "Pseudolibro"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE9UJ5yn6zHpiy3Bp3hqYOiY2ZGqOYXziRnzZNwGk4W9gF-50oubUVOsz8iPr4OngBLxiiyKEJl32y-8DH8W3pE9xg0VTmWqVfwUGGyWIe4IUhrDzqEQw_55tnJ2CsVxt3-lNvwVQQbWk/s1600/PORTADA+PSEUDOLIBRO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE9UJ5yn6zHpiy3Bp3hqYOiY2ZGqOYXziRnzZNwGk4W9gF-50oubUVOsz8iPr4OngBLxiiyKEJl32y-8DH8W3pE9xg0VTmWqVfwUGGyWIe4IUhrDzqEQw_55tnJ2CsVxt3-lNvwVQQbWk/s320/PORTADA+PSEUDOLIBRO.jpg" width="212" height="320" data-original-width="363" data-original-height="548" /></a></div><br />
El sujeto trascendental, revelado en sus vertientes hegeliana y cartesiana, podría representarse, en su pérfida bulimia de absoluto y autarquía, como una “S” mayúscula en la topografía metafísica del ser como presencia: S. Significante de la potencia subjetiva y correlato del mundo como Libro de Significados Unívocos: Hipóstasis del Verbo. Significante Amo: S1.<br />
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Para denunciar el ocultamiento del ser que se opera en la hipertrofia de la subjetividad trascendental, Martin Heidegger nos plantea una topología en la que el Ser deviene tachado: doble tachadura en cruz del Ser: morar en ausencia. ( ). Testimonio de una época en la que el Gestell como estructura técnica de emplazamiento y dominio permitiría, quizás, el primer centelleo del Ereignis (Acontecimiento de la co-apropiación y/o trans-apropiación del sujeto y el objeto).<br />
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Haciendo semilla de la letra heideggeriana, el psicoanalista y pensador francés Jacques Lacan elabora una topología del sujeto en su relación con la cadena del lenguaje, que lo promueve al estatuto de sujeto barrado (sujet barré) por el significante: ( ). Emergencia de textura corporal, pulsional, erógena. El sujeto sería entonces aquel sujeto de la “esquizia” originaria del inconsciente, que por intervención de la metáfora reguladora del goce se torna apto para su ulterior inclusión en el discurso, entendido éste como vínculo y lazo social polivalente, comandado por el yo del enunciado y la consciencia intencional y reflexiva.<br />
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Para otros pensadores, este sujeto intersticial sería sujeto del “pensamiento débil” (Gianni Vattimo); sujeto fronterizo del éxodo y el exilio (Eugenio Trías); sujeto fractal y estallado de la desterritorialización en el rizoma (Gilles Deleuze). A dichos sujetos tachados, despotenciados, fronterizos, desterritorializados, rizomáticos o fractales, correspondería un mundo como “mil mesetas”, como texto despotenciado, descentrado y debilitado, en el sentido en que Deleuze, Trías y Vattimo nos hablan, respectivamente, de subjetividad como máquina deseante, de subjetividad fronteriza despotenciada y de pensamiento débil y flexible.<br />
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Pseudolibro: apología barroca y paradójica de la deflación poética de los significados trascendentales, de las prácticas codificadas del bien poetizar señorial y marfilino. Simulacro de la polivalencia de sentidos rotos y ligados en un espacio complejo que combina lo liso y lo estriado, el arriba y el abajo, el despliegue y el repliegue, la banda de dispersión y la contrabanda estabilizante (Deleuze y Derrida).<br />
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Pseudolibro: Goce de un cuerpo cribado por la letra en la resonancia problemática, irónica, humorística y paródica entre in-jeto (arte: operando con perceptos, figurales y afectos), e-jeto (ciencia: actuando con matemas y funciones lógicas) y super-jeto (filosofía: construcción de personajes conceptuales), en su condición de componentes del cerebro-sujeto triúnico como síntesis disyuntiva del pensamiento (Deleuze y Morin).<br />
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El pseudolibro manifiesta, en su condición de libro tachado (barré), una voluntad de vaciamiento de los significados trascendentales que constituyeron una doxa filosófico-sentimental en una cierta vertiente de la poética de los 80 en la República Dominicana. Este texto opera, no con el concepto y los sentimientos, sino con aquello que siguiendo a<br />
Klossowski podríamos denominar Stimmung: síntesis del pensamiento y de la percepción intensiva, en tanto que la “emoción material” como percepto-afecto, pulsión y figuralidad, se diferencia del concepto predicativo y abstracto, como de la figuración testimonial, representativa y torpemente ilustrativa de lo sentimental-neorromántico. El pseudolibro asume la dimensión escindida de la escritura: escritura escrita que no agota la infinitud potencial de una escritura escribiente. Texto pulsional. Prosodia de la carne. Potencia bárbara, gótica, manierista y neobarroca que atraviesa, con su estereofonía y su espaciamiento rizomático y polifónico, los imaginarios panópticos del Amo. (Worringer, Deleuze, Lacan, Barthes, Almánzar-Botello).<br />
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El sujeto trascendental S, transmutado por Heidegger en Ser tachado en cruz ( ), y convertido a su vez por Lacan en sujeto intersticial barrado por el significante ( ), se constituye hoy, en el contexto del discurso capitalista, en sujeto de la tachadura vertical ($): signo del dólar. Sujeto paranoico de la ciega apropiación en el mercado. Modalidad deletérea y paródica de la subjetividad trascendental como poder avasallante y monocéntrico del falogos-biotexto. Sujeto de la contabilidad pulsional del Imperio en su Guerra Preventiva y sus Cosmofinanzas.<br />
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¿Qué erosiones opera el pseudolibro, en el registro corporal del infrasentido, sobre la compacidad mítica de un imaginario poéticomercantil convertido en territorialidad perversa del best-seller? Pseudolibro: ¿Escritura en alta voz y sin azogue (Barthes, Artaud, Derrida); neobarroso rumor del genotexto; juego inocuo, paródico, inicuo? ¿De qué modo su glosa se desglosa y deviene anticipo de otro texto, de otros textos?<br />
¿Ahí el pseudolibro despotencia en su ludismo los delirios prepotentes del Contexto?<br />
¿Genera el pseudolibro líneas de fuga creadoras y mutantes que no sean meras líneas frías de abolición y muerte del sentido?<br />
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¿Participa el pseudolibro del impulso de los devenires rebeldes: devenir niño, devenir mujer, devenir animal, devenir cyborg, devenir mestizo, devenir leproso, devenir esquizo, devenir imperceptible?<br />
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¿Devienen sus goces microtécnicos posible transgresión micropolítica de la subjetividad deseante del lector? ¿Transmutación/desterritorialización de las modalidades colectivas y manidas de enunciar y semiotizar? ¿Cuerpo metamórfico sin órganos? ¿Carno-texto? Dicho sea con cierta parsimonia: creemos que sí, but…<br />
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(Armando Almánzar Botello, “Libro tachado: ¿Sujeto tachado, carno-texto?”, inédito)<br />
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León Félix Batistahttp://www.blogger.com/profile/15988421720632809587noreply@blogger.com0